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Publicado em: 10 abril 2024 às 14:47 | Atualizado em: 10 abril 2024 às 15:31

Niède Guidon recebe prêmio do CNPq e Marinha

Por Douglas Ferreira

A professora Niède Guidon adotou o Piauí e dedicou sua vida aos estudos arqueológicos na Serra da Capivara – Foto: Reprodução

A renomada arqueóloga paulista, Niède Guidon, radicada em São Raimundo Nonato, no Sul do Piauí, será agraciada com mais um prêmio em reconhecimento aos seus estudos e dedicação de toda uma vida à ciência e à pesquisa na Serra da Capivara. Desta vez, a honra vem do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Niède Guidon, a ilustre arqueóloga, foi anunciada como a laureada do prestigiado Prêmio Almirante Álvaro Alberto 2024 para Ciência e Tecnologia, concedido pelo CNPq em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, em conjunto com a Marinha do Brasil. Em reconhecimento a suas contribuições, receberá uma medalha, diploma e um prêmio financeiro de R$ 200 mil.

Guidon é reconhecida como a fundadora do Parque Nacional Serra da Capivara na década de 1970, um espaço que abriga a mais significativa e antiga coleção de arte pré-histórica das Américas, com mais de 1.200 sítios arqueológicos. Seu pensamento visionário não se limitou apenas à pesquisa arqueológica, mas também se estendeu ao desenvolvimento social da comunidade local, com apoio à construção de escolas e ao estímulo ao turismo na região.

Uma das batalhas científicas mais notáveis de Guidon ocorreu na década de 1980, quando desafiou a teoria de Clovis Primeiro, que sugeria que o “Homo sapiens” havia chegado às Américas há cerca de 12 mil anos, cruzando o Estreito de Bering, a ligação mais estreita entre o continente asiático e o americano. Tem 85 km de comprimento e liga o Cabo Dezhnev, o ponto extremo da Ásia ao Cabo Prince of Wales, o ponto extremo da América. A arqueóloga afirmava ter descoberto restos humanos no parque com até 32 mil anos de idade.

Atualmente, aos 91 anos, Niède Guidon leva uma vida reclusa em sua residência em São Raimundo Nonato, especialmente desde o início da pandemia, dedicando-se à companhia de seus cachorros. Embora tenha se aposentado do cargo de presidente da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) em 2020, seu legado continua a inspirar gerações futuras de arqueólogos.

Ela é nascida em Jaú, interior de São Paulo. Guidon é uma figura de destaque não apenas nacionalmente, mas também exterior, no campo da pesquisa arqueológica. A arqueológa é muito querida e respeita na França onde cursou a Sorbone.

O Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia, instituído em 1981, é concedido a pesquisadores que se destacam pela realização de obras científicas ou tecnológicas de reconhecido valor para o progresso de suas áreas de atuação.