Move Notícias

Publicado em: 17 fevereiro 2024 às 19:45 | Atualizado em: 17 fevereiro 2024 às 19:46

Mossoró: Lewandowski vai acompanhar operação de captura de fugitivos, neste domingo; isso ajuda ou atrapalha?

Por Douglas Ferreira

Ministro Lewandowiski deve desembarcar em Mossoró na manhã deste domingo – Foto: Reprodução

A fuga dos dois detentos da penitenciária federal de segurança máxima do Rio Grande do Norte, registrada na última quarta-feira (14), expôs sérias inconsistências e vulnerabilidades no sistema penitenciário gerenciado pelo governo federal. Como a fuga já seja um fato consumado, a prioridade agora é localizar e capturar os fugitivos, ao mesmo tempo em que se faz necessária uma investigação rigorosa para identificar as falhas no sistema ou a possível colaboração de algum agente penitenciário ou mesmo da direção do presídio. Nada pode ser descartado.

Os fugitivos, conseguiram escapar passando por oito pontos de controle, levantando questões sobre a ausência de vigilância na madrugada da quarta-feira de cinzas e a ineficácia do sistema de segurança. Por que não havia vigilância adequada? Por que os sentinelas das quatro torres externas do presídio não perceberam nada? Existem sistemas de vigilância eletrônica? E por que eles não funcionaram? Essas perguntas precisam ser respondidas para esclarecer os acontecimentos e até mesmo dirimir a desconfiança sobre a direção e os agentes penitenciários.

O Ministério da Justiça já tomou algumas medidas importantes, como o afastamento do diretor da penitenciária e a determinação para a construção de muros. No entanto, os fugitivos ainda estão em lugar desconhecido. A presença do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em Mossoró anunciada para este domingo, 18, pode gerar repercussão positiva para o governo, mas é crucial questionar se sua presença contribuirá efetivamente para as operações de captura dos fugitivos. Será que a presença do ministro vai ajudar ou atrapalhar? É necessário avaliar se essa medida terá alguma valia prática no contexto da operação de captura em andamento.

Enquanto isso, mais de 300 agentes de segurança estaduais e federais (inclusive do Piauí) continuam envolvidos nas operações de buscas, que já adentram ao quarto dia. O Ministério da Justiça anunciou uma série de medidas para fortalecer as investigações e a recaptura dos fugitivos, incluindo a revisão de equipamentos e protocolos de segurança nas penitenciárias federais, a mobilização da Polícia Rodoviária Federal para monitorar as rodovias, e a cooperação com a Interpol para ampliar as buscas internacionalmente.

A presença do ministro Lewandowski em Mossoró, acompanhado de autoridades policiais, indica um esforço do governo federal para dar uma resposta efetiva a essa situação crítica. Porém, a eficácia de sua presença dependerá da sua contribuição para o planejamento e execução das operações de busca e captura dos fugitivos. Espera-se que tudo não se resuma a um teatro para câmeras de TV.

Quem são os ‘fugitivos’?

Os dois indivíduos que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró na última quarta-feira (14) foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos. Os dois são originários do Estado do Acre, na região Norte do Brasil, e foram transferidos para o presídio de segurança máxima de Mossoró, após um rebelião na penitenciária de segurança máxima Antônio Amaro, onde cumpriam pena, em Rio Branco.

Ambos seriam integrantes do Comando Vermelho do Acre, uma facção criminosa associada a Fernandinho Beira-Mar, que está preso na mesma unidade. Os dois narcotraficantes acreanos estavam detidos na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023.

Os nomes dos fugitivos foram incluídos na lista vermelha da Interpol, a Polícia Internacional, na última sexta-feira (16), uma medida que visa facilitar a cooperação entre as autoridades policiais de diferentes países no caso de criminosos perigosos que conseguem escapar da Justiça em seus países de origem.