Por Douglas Ferreira
A operação montada em meados de fevereiro pela Força-tarefa, composta por 600 policiais em resposta à primeira fuga na história do presídio de ‘segurança máxima’, foi desmobilizada nesta sexta-feira santa. Como previsto pelo Move Notícia, a busca frustrada resultou em gastos milionários para os cofres públicos. Os custos com a mobilização, diárias e combustíveis da Força Nacional ultrapassam os R$ 2 milhões.
Os narcotraficantes do Acre fugiram do Presídio Federal há 45 dias e ainda estão foragidos. A partir desta sexta-feira (29), a Força Nacional deixa de integrar as buscas. Portanto, a novela que iniciou na quarta-feira de cinzas, 14 de fevereiro, encerrou nesta sexta-feira santa.
As diligências pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, que já se estendem por 45 dias, e os gastos da operação, que envolveram mais de 600 agentes da Polícia Federal (PF), Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e da Força Nacional, ultrapassaram os R$ 2,1 milhões neste período.
Rogério Mendonça e Deibson Nascimento escaparam em 14 de fevereiro, abrindo passagem por um buraco atrás de uma luminária do presídio e cortando duas cercas de arame com ferramentas de uma obra no local. Foi a primeira fuga no sistema penitenciário federal desde sua criação, em 2006.
Um levantamento da GloboNews, com base em dados dos três órgãos envolvidos, revela os valores gastos na tentativa de recaptura:
- Polícia Federal: R$ 497.812
- Senappen: R$ 372.218,62
- Força Nacional: R$ 1.245.549
- Total: R$ 2.115.579
No levantamento, a PF reportou gastos totais de R$ 493.162 e uma diária de combustível de aeronave, totalizando R$ 497.812. A Senappen registrou despesas de R$ 114.606 em passagens, R$ 205.607 em diárias e R$ 52.005 com combustível. Os gastos da Força Nacional incluem R$ 1.026.188 em diárias, R$ 115.446 com frota e R$ 103.914 em plano de saúde.
Não foram considerados no levantamento os salários dos agentes envolvidos nas buscas nem outros custos, como alimentação. Também não foram contabilizados os gastos com as duas viagens a Mossoró do ministro Ricardo Lewandowiski e assessores num jato do governo. Há ainda os custos com a Polícia Militar e Civil do Rio Grande do Norte que também utilizaram um helicóptero. Enfim, essa ‘caça’ aos fugitivos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça teve um custo elevado e um fracasso colossal.
A partir de agora, as próximas ações serão conduzidas pelas forças locais, como as polícias Militar, Civil e Judiciária. A Polícia Federal continuará a investigação, conforme anunciado pelo titular da Senappen. E os esforços se concentrarão à inteligência para apurar as circunstâncias da fuga.