Por Douglas Ferreira
o ministro Lewandowski assegurou nesta terça-feira, 16, em Brasília, que seria “a primeira e última”A fuga ocorrida no presídio de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi um dos episódios mais constrangedores do governo Lula III, especialmente para o recém-empossado ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que substituíra Flávio Dino na pasta. A saga da primeira fuga de uma penitenciária federal no Brasil, protagonizada pelos narcotraficantes Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, durou 50 dias e consumiu mais de R$ 6 milhões do erário. Entretanto, o ministro Lewandowski assegurou nesta terça-feira, 16, em Brasília, que seria “a primeira e última”.
Durante sua participação em uma audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal, o ministro Ricardo Lewandowski, declarou que a fuga dos dois detentos do presídio de Mossoró foi um evento isolado e não se repetirá no sistema penitenciário federal. Ele apontou uma série de falhas na segurança da penitenciária, destacando o relaxamento na vigilância como uma das principais causas.
Rogério e Deibson ficaram foragidos por 50 dias, enfrentando condições adversas na mata, desarmados, famintos e sem comunicação, e ainda assim, conseguindo escapar da Força-tarefa montada para recapturá-los. Somente após a desarticulação dessa equipe formada por 600 homens é que os fugitivos foram capturados em Marabá, no sudoeste do Pará, a mais de 1.600 km de Mossoró.
Lewandowski enfatizou as deficiências estruturais da penitenciária, descrevendo-a como um projeto antiquado e obsoleto, cujos padrões de segurança não estavam atualizados. Ele mencionou falhas como fadiga do material, relaxamento na vigilância, quebra de protocolos de segurança e mau funcionamento de equipamentos (a maioria das câmeras do circuito interno ou estavam quebradas ou desligadas na hora da fuga).
A fuga dos detentos de Mossoró marcou a primeira ocorrência desse tipo no sistema penitenciário federal desde sua instituição em 2006, no primeiro governo do presidente Lula. O ministro anunciou que a direção do presídio foi afastada e que estão em andamento processos de licitação para melhorias na segurança da unidade.
Sobre o veto presidencial ao projeto de saídas temporárias de presos, Lewandowski defendeu a decisão do presidente Lula, argumentando que ele buscou evitar que detentos perigosos, responsáveis por crimes graves, se beneficiassem desse direito.