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Publicado em: 6 abril 2024 às 19:37 | Atualizado em: 7 abril 2024 às 15:14

Morre Ziraldo, o pai do Menino Maluquino

Por Douglas Ferreira

A partida de Sérgio Augusto, o Ziraldo, o renomado cartunista, desenhista e escritor brasileiro, representa uma perda irreparável para a cultura e a literatura infantil contemporâneas. Aos 91 anos, ele nos deixa, mas seu legado permanece imortalizado através de obras que marcaram gerações de leitores, como “O Menino Maluquinho” e “Flicts”, presentes no catálogo da Melhoramentos.

Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932, Ziraldo iniciou sua carreira multifacetada nas letras nos anos 1950, contribuindo para veículos de renome como o Jornal do Brasil e a revista O Cruzeiro. Sua genialidade não se limitava apenas à literatura infantil, mas também se estendia ao universo dos quadrinhos, com a criação da icônica revista “A Turma do Pererê”, na década de 1960.

No entanto, foi com “O Menino Maluquinho”, lançado em 1980, que Ziraldo alcançou reconhecimento mundial. O personagem tornou-se um fenômeno editorial, com mais de 110 milhões de exemplares vendidos desde sua estreia. Além disso, Ziraldo deixou sua marca na imprensa brasileira como um dos fundadores de “O Pasquim”, veículo satírico que se destacou como uma voz de resistência política durante os anos da regime militar.

Sua versatilidade artística transcendeu fronteiras, sendo premiado internacionalmente por seu humor e sua genialidade criativa. Ziraldo teve seus livros traduzidos para diversas línguas e seus personagens transformados em selos comemorativos dos Correios.

Além de sua contribuição para a literatura e a imprensa, Ziraldo também deixou reflexões sobre a educação no Brasil, defendendo a importância do ensino da leitura, escrita e matemática desde a infância como base para uma formação sólida.

Em meio a polêmicas e desafios, Ziraldo permaneceu como uma figura emblemática da cultura brasileira, deixando um legado que continuará a inspirar e encantar crianças e adultos por muitas gerações. Seus personagens, suas histórias e sua visão de mundo continuarão vivos nas páginas de seus livros, lembrando-nos sempre do poder transformador da imaginação e da criatividade.