Por Wagner Albuquerque
A China anunciou recentemente medidas para conter a rápida expansão de sua indústria automotiva, especialmente no setor de veículos elétricos. O vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação chinês, Xin Guobin, declarou que o governo tomará medidas rigorosas para enfrentar a proliferação “cega” de novos projetos de veículos elétricos por algumas autoridades e empresas locais. Essa ação resultará na redução da produção de veículos elétricos. Essa decisão é vista como um reconhecimento das crescentes preocupações na Europa e nos Estados Unidos em relação à rápida ascensão dos carros elétricos chineses.
Na Europa, a União Europeia iniciou uma investigação sobre os baixos preços dos carros elétricos chineses, alegando que esses preços são artificialmente mantidos baixos por enormes subsídios estatais. Em mercados de exportação, carros chineses enfrentam ameaças de aumentos de impostos e novas legislações específicas, alimentando temores de uma cadeia de abastecimento global excessivamente dependente de fábricas chinesas.
Diante disso, governos da União Europeia e dos Estados Unidos estão adotando medidas para impulsionar suas próprias indústrias de veículos elétricos e conter o avanço rápido dos fabricantes de carros e fornecedores de baterias chineses. Os EUA, por exemplo, aumentaram as tarifas sobre carros elétricos chineses, incluindo aqueles fabricados nos EUA que utilizam baterias chinesas a partir de janeiro de 2024. O Reino Unido também expressou preocupações com a segurança, encomendando uma investigação para avaliar se a dependência excessiva de baterias e painéis solares da China representa um risco à segurança. Reguladores da União Europeia destacam as vantagens percebidas pelas empresas chinesas, como acesso mais fácil a financiamento, apontando para uma competição desigual em comparação com as montadoras europeias.