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Publicado em: 15 novembro 2023 às 11:38 | Atualizado em: 15 novembro 2023 às 11:38

Ministério da Justiça confirma que pagou passagens e diárias em Brasília da 'dama do tráfico'

Luciane Farias esteve por três vezes em Brasília em reuniões no Ministério da Justiça sem ser identificada como a “Dama do Tráfico” – Foto: Reprodução

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania confirmou que custeou as passagens e diárias em Brasília para Luciane Barbosa Farias, a Dama do Tráfico, esposa de um líder de facção criminosa conhecido como “Tio Patinhas” do Comando Vermelho. Luciane Farias é também condenada por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, mas recorre em liberdade da sentença de dez anos de prisão, enquanto seu marido cumpre pena de 31 anos no Amazonas.

A nota do Ministério esclareceu que Luciane foi indicada por um comitê estadual, o Comitê de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas, para participar do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, realizado nos dias 6 e 7 deste mês em Brasília. Todos os convidados tiveram suas passagens e diárias custeadas.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, onde Luciane Farias esteve duas vezes em encontros com secretários e gestores, introduziu novas regras de segurança interna em resposta ao ocorrido. A pasta destacou que a presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.

“O custeio de passagens e diárias foi realizado com recursos de rubrica orçamentária destinado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania ao Comitê, que observou as indicações dos comitês estaduais para a participação no encontro”, disse a pasta, sem responder o valor dos gastos com a integrante do Comando Vermelho. O nome dela não aparece no Portal da Transparência.

Para o encontro no Ministério dos Direitos Humanos, Luciane esteve em Brasília pela terceira vez neste ano. Antes disso, a “dama do tráfico amazonense”, como é conhecida, teve reuniões com autoridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública em março e maio.

O ministério também anunciou a obrigatoriedade de um cadastro com antecedência de 48 horas para acesso a reuniões, incluindo a informação do nome e CPF para realização de checagem pela equipe de inteligência, visando evitar casos semelhantes no futuro.

Redação Move Notícias