Por Douglas Ferreira
O Ministério da Saúde é criticado por sua aparente negligência em relação à dengue no Brasil, que ressurgiu com força, totalizando 260 mil casos e um elevado número de mortes. A falta de planejamento e a insuficiência de vacinas para uma cobertura nacional adequada são apontadas como fatores preocupantes por autoridades de saúde.
O governo é acusado de não prever um número suficiente de doses para prevenir um possível aumento alarmante de óbitos pela doença, incluindo casos de dengue hemorrágica em crianças, o que já foi registrado. No final do ano passado veio a óbito uma criança de 7 anos em, Pietra Isaac, no Distrito Federal. Um bebê de 5 meses morreu vítima de dengue hemorrágica no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), nessa quarta-feira (31/1). A situação é agravada pela falta imediata de vacinas disponíveis, e o governo parece não reagir aos desafios apresentados.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, em resposta, alega que alguns municípios, como Rio de Janeiro e Brasília, estão em situação epidêmica, mas ela destaca que isso não configura uma emergência nacional. Durante o lançamento do Centro de Operações de Emergência contra a dengue (COE Dengue), ela enfatiza que a criação do COE é uma medida tomada em situações emergenciais. A ministra destaca que as decisões do Centro visam acelerar a resposta ao combate à doença, mobilizando recursos para a compra de inseticidas e aumentando a produção de testes diagnósticos.
Quanto às vacinas, Nísia Trindade afirma que as doses atualmente adquiridas “não são uma solução imediata, requerendo duas aplicações com intervalo de três meses”. Ela menciona a possibilidade de aumentar a quantidade de vacinas, mas ressalta que isso não terá impacto imediato.
O Instituto Butantan está finalizando os testes de sua vacina, enquanto a Fiocruz negocia a produção de uma vacina brasileira com a farmacêutica japonesa Takeda. Ambas as iniciativas visam contribuir para a contenção da dengue no país.