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Publicado em: 16 janeiro 2024 às 12:22 | Atualizado em: 17 janeiro 2024 às 08:41

Maior fatia do PIB, setor de serviços se recupera e cresce 0,4% em novembro

Por Douglas Ferreira com informações Veja

No acumulado de doze meses, o setor apresentou um crescimento de 3% – Foto: Reprodução

O setor de serviços, crucial para a economia brasileira e um dos principais empregadores, enfrentou desafios desde o início da pandemia da covid 19. Após uma paralisação prolongada, muitos negócios lutaram para se recuperar, resultando em desistências e encerramentos. No entanto, houve também aqueles que permaneceram resilientes, e alguns até aproveitaram o período pós-pandêmico para iniciar novos empreendimentos. O resultado é notável: o maior setor do PIB brasileiro, os serviços, recuperou-se e registrou um crescimento de 0,4% em novembro.

Este retorno ao território positivo ocorreu após três meses consecutivos de queda. No acumulado de doze meses, o setor apresentou um crescimento de 3%. Três das cinco atividades analisadas pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) apresentaram avanço em novembro: “outros serviços” (3,6%), “profissionais, administrativos e complementares” (1,0%) e “serviços prestados às famílias” (2,2%).

Apesar das três últimas taxas negativas, o desempenho de novembro posiciona o setor significativamente acima dos níveis pré-pandêmicos, conforme observado pelo gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. Embora o setor ainda esteja 2,6% abaixo do ponto mais alto alcançado em dezembro de 2022, o resultado sugere uma recuperação notável.

De janeiro a novembro de 2023, o setor de serviços registrou um crescimento de 2,7%. Entretanto, no acumulado de doze meses, houve uma perda de dinamismo, passando de um avanço de 3,6% em outubro para uma expansão de 3,0% em novembro. O economista Rafael Peres, da Suno Research, destaca que a política monetária restritiva, o menor crescimento econômico no segundo semestre de 2023 e o alto endividamento das famílias podem resultar em uma desaceleração contínua nos próximos meses. No entanto, fatores como o mercado de trabalho aquecido, a massa salarial em máximas históricas e o ciclo de queda da Selic podem impulsionar uma expansão moderada ao longo de 2024.

O impacto mais significativo sobre o resultado geral veio da atividade de “outros serviços” (3,6%), impulsionada pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente o aumento da receita das empresas de uso do dinheiro digital. Setores como máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito contribuíram para essa performance positiva.

Os “serviços profissionais, administrativos e complementares” (1,0%) também registraram uma contribuição significativa, com destaques para atividades jurídicas e empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade.

Os “serviços prestados às famílias” apresentaram um avanço de 2,2% em novembro, recuperando a perda registrada no mês anterior. No entanto, as duas atividades mais ponderadas no setor, transportes e serviços de informação e comunicação, tiveram resultados negativos. O transporte registrou uma queda de 1,0%, sendo a quarta taxa negativa consecutiva, influenciada principalmente pelo transporte aéreo, que caiu 16,1% em novembro. Os serviços de informação e comunicação, representando cerca de 23% do setor, variaram -0,1%, com destaque para o declínio de 3,2% no segmento de telecomunicações.

Apesar dos desafios, o setor de serviços demonstra resiliência e uma trajetória de recuperação, contribuindo para a vitalidade da economia brasileira.