Por Douglas Ferreira
O governo venezuelano liderado por Nicolás Maduro intensifica a tensão na disputa territorial com a Guiana ao promulgar unilateralmente uma lei que cria o Estado de Essequibo em uma área disputada. Essa medida pode agravar ainda mais a crise entre os dois países.
Maduro, em uma cerimônia no Parlamento, promulgou a Lei Orgânica para a Defesa da Guiana Essequiba, redigida após um referendo interno realizado em dezembro para ratificar a soberania sobre o território reivindicado pela Venezuela há mais de um século. A lei previa a criação do Estado da Guiana Essequiba, com sede em Tumeremo, no Estado venezuelano de Bolívar, próximo à área disputada.
O presidente venezuelano afirmou que o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, não governa efetivamente o território, que estaria sob influência do Comando Sul dos Estados Unidos, da CIA e da ExxonMobil. Maduro denunciou também a existência de bases militares secretas dos EUA na região, destinadas a preparar agressões contra a Venezuela.
A Guiana expressou grave preocupação com a promulgação da lei, considerando-a uma violação flagrante de sua soberania. Maduro e o presidente guianense concordaram anteriormente em não fazer ameaças nem usar a força para resolver a disputa, durante um encontro em 2015 e outro em 2022. No entanto, as tensões persistem, especialmente após a descoberta de reservas de petróleo na área em 2015.