Por Douglas Ferreira
Contrariando a sabedoria popular que diz: “Quem quer diálogo, não manda recado”, o presidente Lula da Silva optou por uma abordagem oposta nesta segunda-feira, dia 5. Em vez de comparecer pessoalmente ao retorno dos trabalhos do Congresso Nacional, ele enviou uma ‘missiva’, sendo representado pelo ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa.
A ausência de Lula nesse evento sugere uma tensão entre os Poderes Executivo e Legislativo. Apesar do tom conciliador da mensagem, a escolha de não comparecer levanta dúvidas e permite interpretações diversas.
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O Congresso Nacional retoma as atividades nesta segunda-feira, 5, após aproximadamente dois meses de recesso. A sessão solene conjunta entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal ocorre nesta tarde no plenário da Câmara Baixa.
A cerimônia conta com discursos dos presidentes Arthur Lira (PP/AL) e Rodrigo Pacheco (PSD/MG), representando a Câmara e o Senado, respectivamente. O deputado federal Luciano Bivar (União/PE), como 1º secretário da mesa do Congresso, leu a mensagem presidencial enviada por Lula da Silva (PT) ao Parlamento.
Lula optou por não participar do evento. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, representou o chefe do Executivo, entregando a tradicional mensagem presidencial aos parlamentares. A leitura da carta é praxe e inclui as prioridades do governo federal para o novo ano.
O texto redigido por Lula adotou um tom conciliador, enfatizando o “diálogo” entre os dois poderes e destacando iniciativas como o “Desenrola da Educação” e o novo marco de garantias para proporcionar previsibilidade aos investidores, como inovações do governo viabilizadas pelo Congresso.
“A importância do diálogo é essencial para a democracia. Um diálogo que transcende filiações partidárias, ultrapassando preferências políticas ou disputas eleitorais. Antes de tudo, é uma obrigação republicana que todos nós, representantes eleitos pelo povo, devemos cumprir”, expressava a mensagem.
E o presidente prosseguiu: “Continuaremos a construir o país, que alcançará o tamanho dos nossos sonhos, de nossos potenciais e da força do nosso povo trabalhador. Um país mais desenvolvido, justo, solidário e livre de todas as formas de desigualdade”.
Além do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal – STF, Edson Fachin, representou o Poder Judiciário junto ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, na sessão.