Por Douglas Ferreira
Os dois narcotraficantes que escaparam de um presídio de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte, continuam foragidos e têm conseguido evitar a captura pela polícia mesmo após seis dias desde a fuga. A situação tem se tornado cada vez mais desafiadora para as autoridades, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que esteve em Mossoró no domingo, já declarou que “não há um prazo definido para a captura dos fugitivos”.
A fuga desses criminosos levanta questionamentos sobre como foi possível escaparem de um presídio de segurança máxima e passarem despercebidos por oito pontos de controle interno. A população e as autoridades se perguntam se houve conivência por parte dos agentes penitenciários ou da direção da prisão. O presidente Lula, durante uma viagem à África, sugeriu que “pode ter havido conivência interna na fuga”, enquanto o ministro Lewandowski atribuiu o incidente ao período do carnaval. “Não podemos afirmar que houve conivência de quem quer que seja, mas todas as hipóteses estão sendo investigadas”, disse Lewandowski.
Os criminosos foram vistos pela última vez na noite de sexta-feira (16) quando invadiram uma residência a cerca de 3 km da penitenciária. Desde então, não há informações sobre o paradeiro deles. As autoridades continuam mobilizadas em uma operação que envolve 500 homens na busca pelos fugitivos.
Em uma coletiva de imprensa em Mossoró, Lewandowski destacou a complexidade do terreno, coberto por mata e com extensas áreas rurais, o que torna as buscas ainda mais desafiadoras. A operação conta com o uso de helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados.
Sobre as possíveis falhas que permitiram a fuga, Lewandowski afirmou que todas as hipóteses estão sendo investigadas, mas não se pode afirmar com certeza se houve conivência. Ele ressaltou que não há fragilidades no sistema penitenciário federal e que medidas estão sendo tomadas para reforçar a segurança nas prisões. O ministro deixou de mencionar que todas as câmeras do presídio de Mossoró estavam com problemas segundo relatório apresentado um dia antes da fuga.
A investigação sobre a fuga envolve diversas forças policiais, incluindo a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as polícias militares dos Estados vizinhos, inclusive, do Piauí. O inquérito policial também está sendo conduzido com a colaboração de peritos e especialistas para examinar as causas técnicas da fuga.