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Publicado em: 29 setembro 2023 às 23:15 | Atualizado em: 29 setembro 2023 às 23:17

Juros médios dos bancos seguem em queda para 43,5% ao ano

Cartão de crédito rotativo tem nova alta e juro chega a 445,7% ao ano

Os juros médios praticados pelos bancos continuaram a cair, chegando a 43,5% ao ano, registrando uma queda de 0,3 ponto percentual (pp) no mês de agosto. No entanto, ao observar o período de 12 meses, os juros médios apresentam um aumento de três pontos percentuais, conforme relatório Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgado pelo Banco Central (BC).

Em relação às novas concessões de crédito para empresas, a taxa média do crédito livre ficou em 22,6% ao ano, refletindo uma redução de 0,4 pp no mês. O BC destaca que essa queda se deve às reduções generalizadas nas principais modalidades de crédito. Em 12 meses, essa redução é de 0,1 pp.

No que diz respeito às concessões de crédito para famílias, a taxa média de juros livres atingiu 57,7% ao ano, apresentando uma redução de 0,6 pp no mês, mas um aumento de 3,7 pp em 12 meses.

É importante ressaltar que a diminuição das taxas de juros para pessoas físicas se deve a mudanças na composição das carteiras de crédito (efeito saldo) e à redução efetiva das taxas em várias modalidades de crédito (efeito taxa).

Entre as reduções notáveis estão as taxas de juros nas modalidades de crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, que registraram uma queda de 0,8 pp, crédito pessoal para trabalhadores do setor público, com uma queda de 0,4 pp, e crédito pessoal não consignado vinculado à composição de dívidas, apresentando uma redução de 1,8 pp.

Vale destacar que no crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado segue regras definidas pelo governo e é destinado principalmente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e microcrédito.

No caso do crédito direcionado, as taxas para pessoas físicas ficaram em 11,5% ao ano em agosto, com uma redução de 0,5 pp em relação ao mês anterior e um aumento de 0,7 pp em 12 meses. Para empresas, a taxa subiu 0,4 pp no mês e 1,6 pp em 12 meses, chegando a 10,7% ao ano. Assim, a taxa média no crédito direcionado ficou em 11,3% ao ano, com uma redução de 0,3 pp no mês e um aumento de 0,9 pp em 12 meses.

Essa tendência de queda nos juros bancários médios ocorre em um momento em que o mercado financeiro espera uma redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente em 12,75% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. A Selic é uma ferramenta fundamental para controlar a inflação no país.

É importante destacar que a queda nos juros tem impacto nos preços, uma vez que juros mais baixos tornam o crédito mais acessível e incentivam o consumo, o que pode afetar a inflação e estimular a atividade econômica.

No que se refere ao cartão de crédito, as taxas para pessoas físicas tiveram uma redução média de 0,4 pp no mês, mas com um aumento de 13,8 pp em 12 meses, alcançando 101,5% ao ano. O crédito rotativo, por sua vez, continuou a subir, apresentando um aumento de 4,4 pontos percentuais em agosto e um aumento de 46,1 pp em 12 meses, chegando a 445,7% ao ano. O crédito rotativo é aquele utilizado quando o consumidor não paga o valor integral da fatura do cartão de crédito em um mês.

Vale ressaltar que a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que visa limitar os juros do crédito rotativo, estabelecendo que eles não podem ser maiores que o valor original da dívida. Atualmente, os juros do crédito rotativo chegam a mais de 400% ao ano.

Além disso, as concessões de crédito aumentaram no mês passado, com um aumento de 8% para pessoas físicas e 11,2% para empresas. O estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu R$ 5,523 trilhões em agosto, com um crescimento de 1,1% em relação a julho.

Em resumo, a tendência de queda nas taxas de juros médias bancárias continua, refletindo um cenário em que o mercado financeiro espera uma redução na taxa básica de juros da economia. Isso impacta o custo do crédito e afeta o comportamento do consumidor e da economia em geral.

Redação Move Notícias