Por Douglas Ferreira
Embora os juros do cartão de crédito no Brasil ainda se mantenham em patamares exorbitantes, há indícios de uma leve queda, especialmente notada em novembro, marcando o menor índice desde março passado. De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central nesta quinta-feira, 4 de janeiro, a taxa média total cobrada pelos bancos no rotativo do cartão de crédito atingiu 434,4% ao ano em novembro de 2023.
É importante destacar que essa redução ocorreu antes da implementação do novo teto para as taxas da modalidade, estabelecido pelo governo. O cenário, contudo, revela uma realidade desafiadora, uma vez que, de janeiro a novembro, a taxa média do rotativo do cartão de crédito experimentou um aumento de 22,5 pontos percentuais. Ao analisar o período de 12 meses, a elevação foi ainda mais expressiva, alcançando 38,1 pontos percentuais.
Apesar dessa complexa dinâmica, a taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito para pessoas físicas demonstrou uma ligeira melhoria de 445% ao ano em outubro para 434,4% ao ano em novembro. Essa diminuição de 10,6 pontos percentuais posiciona a taxa no nível mais baixo desde março de 2023.
No entanto, vale ressaltar que os juros do rotativo do cartão de crédito permanecem como os mais elevados entre as modalidades de crédito para pessoas físicas no país. As novas regras, que limitam as taxas, entraram em vigor no dia 3 de janeiro de 2024, estabelecendo que o valor da fatura do cartão não pode exceder 100% da dívida.
O rotativo do cartão de crédito é aplicado quando o consumidor não paga o valor total da fatura até o vencimento, e a taxa de inadimplência nessa modalidade alcança 54%. Embora tenha experimentado uma queda de 1,9 ponto percentual em novembro, ao longo de 12 meses, registrou um aumento de 9,7 pontos percentuais.
Além do rotativo, o cartão de crédito oferece a modalidade parcelada, na qual a fatura é paga ao longo de mais de um mês. Nesse caso, o banco ou outra instituição financeira cobra encargos sobre o atraso, e a taxa média do parcelamento é de 196,2% ao ano. Embora tenha havido uma diminuição de 0,4 ponto percentual em novembro, ao longo do ano e dos últimos 12 meses, houve um aumento de 13,8 e 14,5 pontos percentuais, respectivamente.
Ao considerar todas as modalidades de crédito, a taxa média de juros no país, com recursos livres negociados no mercado, é de 41,8% ao ano. Para pessoas físicas, a taxa é mais elevada, alcançando 54,9%, enquanto para pessoas jurídicas, a média é de 22,2% ao ano.