Move Notícias

Publicado em: 10 fevereiro 2024 às 17:02 | Atualizado em: 11 fevereiro 2024 às 17:58

Juiz denunciado por corrupção manda prender delegado de polícia que o denunciou

Por Douglas Ferreira

Regis Cornelius Celeghini Silveira, foi detido após acusar o juiz Jânio Tutomu Takeda

Nos dias de hoje, poucas coisas são verdadeiramente surpreendentes, especialmente quando se trata do Poder Judiciário, onde tudo parece possível e até mesmo além. Existem juízes que abrem inquéritos, oferecem denúncias e julgam, sem se preocupar com o devido processo legal.

Há casos em que pessoas estão detidas e seus advogados não conseguem ter acesso aos autos. Em suma, algo está claramente errado no sistema judiciário brasileiro. E agora, no Estado do Amazonas, vemos um delegado sendo preso após denunciar um juiz por corrupção. Preso pelo juiz denunciado. É como diz o ditado popular: “é poste urinando no cachorro”.

O chefe da 65ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Carauari, Regis Cornelius Celeghini Silveira, foi detido após acusar o juiz Jânio Tutomu Takeda, do tribunal local, de envolvimento em atos de corrupção.

O incidente no Amazonas ocorreu durante uma inspeção na delegacia, que foi registrada pelo próprio delegado.

Regis Cornelius relata a visita da equipe judiciária em um vídeo compartilhado nas redes sociais.

Em determinado momento, ele se dirige ao juiz e o acusa de corrupção perante o Ministério Público do Estado do Amazonas – MPAM.

No vídeo, Cornelius afirma que o magistrado é “um dos principais agentes de corrupção da cidade”. Logo em seguida, o delegado é detido por ordem do juiz.

O documento mencionado pelo inspetor, que inclui a denúncia apresentada ao Ministério Público, alega que o juiz facilitou a introdução de um telefone celular em uma instituição correcional.

De acordo com o depoimento do delegado, um detento que possuía um celular afirmou que prestava “serviços” ao juiz em sua residência, o que justificava a posse do dispositivo.

A acusação de Cornelius também sugere que Takeda é culpado por nepotismo e por facilitar a fuga de detentos.