Por Douglas Ferreira
Renunciar à corrida presidencial da maior democracia e economia ocidental não foi uma decisão fácil. A desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já era prevista desde junho, mas a confirmação só veio após uma crise desencadeada por seu fraco desempenho em um debate recente.
Neste domingo, 7, Biden anunciou a decisão em uma carta emocionante publicada nas redes sociais, onde afirmou: “Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E, embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me retire e concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”.
A decisão de Biden foi divulgada em um momento crítico, em que ele se preparava para enfrentar o republicano Donald Trump nas próximas eleições. Contudo, a performance decepcionante no último debate levantou dúvidas entre opositores e aliados sobre sua capacidade de liderar um novo mandato.
Em sua carta, Biden ressaltou o privilégio de servir como presidente dos Estados Unidos e expressou sua profunda gratidão a todos que o apoiaram. Ele destacou a vice-presidente Kamala Harris como uma parceira extraordinária e agradeceu ao povo americano pela confiança depositada nele.
A renúncia de Biden não foi inesperada. Desde junho, especulações circulavam sobre sua possível desistência após uma série de gafes e uma performance desastrosa em um debate, onde ele se mostrou confuso e hesitante, enquanto Trump dominava a discussão. Esses incidentes aumentaram as preocupações sobre sua capacidade de liderar o país.
Biden prometeu se dirigir à nação ainda esta semana para fornecer mais detalhes sobre sua decisão, encerrando a carta com um agradecimento sincero a todos que trabalharam incansavelmente para sua reeleição. Sob a pressão de um partido ansioso e uma nação dividida, a decisão de se retirar marca um momento significativo na política americana.
A decisão de Joe Biden de não concorrer à reeleição, anunciada no último domingo (21/7), lançou o Partido Democrata em uma situação incerta. O nome que o substituirá na campanha presidencial ainda será definido, e o processo de seleção promete ser complicado, possivelmente mergulhando o partido em um período de caos.
Apesar de desistir da campanha, Biden continuará a exercer as funções como presidente dos Estados Unidos até 20 de janeiro de 2025. Esta decisão marca a primeira vez desde 1968 que um presidente americano opta por não disputar a reeleição. Naquele ano, o democrata Lyndon Johnson retirou-se da corrida em meio a intensos protestos contra a Guerra do Vietnã, após resultados decepcionantes nas primárias.