Por Douglas Ferreria
Javier Milei conquistou a vitória nas eleições presidenciais argentinas, revertendo a situação no segundo turno. O novo presidente enfrentará desafios significativos, herdando um país com uma economia fragilizada, divisões acentuadas e 40% da população abaixo da linha da pobreza após quatro anos do governo socialista de Alberto Fernández. A crise é evidente com prateleiras vazias nos supermercados e até racionamento de combustíveis.
Milei, economista ultraliberal do partido A Liberdade Avança, assegurou a presidência com 55,82% dos votos, enquanto o candidato governista, Sergio Massa obteve 44,17%, surpreendendo as previsões de uma competição mais acirrada. Massa reconheceu a vitória antes mesmo da divulgação oficial dos resultados.
Aos 53 anos, Milei enfrentará uma das piores crises econômicas em décadas, com alta inflação (a taxa acumulada de janeiro a outubro foi de 120%), grande parte da população vivendo na pobreza (40% dos argentinos) e desvalorização cambial, além de uma dívida externa bilionária e reservas internacionais insuficientes. Durante a campanha, Milei propôs medidas radicais, incluindo “a dolarização da economia e o fechamento do Banco Central”.
Antes da incursão na política, Milei atuou no setor privado e destacou-se como professor universitário. Sua ascensão política começou em 2021, quando venceu as eleições para deputado federal pelo partido A Liberdade Avança. Ele é frequentemente comparado a figuras como Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Além de suas propostas econômicas, a vida pessoal de Milei, incluindo sua ligação com o esoterismo e seus quatro cachorros mastins ingleses, tornaram-se temas de destaque durante a campanha. Seu partido, A Liberdade Avança, registrou um aumento significativo nas cadeiras legislativas, tornando-se a terceira maior bancada do Congresso argentino.
Entretando Milei precisa conquistar apoio no Congresso para poder fazer faler as suas ideias e propostas de campanha. E essa não será uma tarefa tão fácil quanto vender a aleição.