Por Wagner Albuquerque
Após derrotar Sergio Massa nas eleições de novembro, Javier Milei assumiu a presidência da Argentina no último domingo (10). A cerimônia no Congresso Nacional teve início às 11h15, sob a condução da presidente do Senado, Cristina Kirchner. Às 11h20, ele foi oficialmente declarado presidente do país.
Desfilando em carro por diversas ruas da capital argentina, sendo aclamado por seus eleitores e acompanhado por sua irmã, Karina Milei. No Congresso, foi saudado com gritos de “Liberdade” antes de prestar juramento à Constituição. Em seguida, recebeu o bastão e a faixa presidencial do ex-presidente Alberto Fernández, posando para fotos e acenando para seus apoiadores, mas optou por não fazer um discurso.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi convidado para a cerimônia, mas enviou o chanceler Mauro Vieira para representá-lo.
Bolsonaro é ovacionado na posse de Milei
Ao chegar à posse do presidente argentino Javier Milei, Bolsonaro foi ovacionado por uma multidão, conforme imagens divulgadas em seu Twitter/X no domingo, 10. Com bandeiras do Brasil e da Argentina, e gritos de “Bolsonaro”, brasileiros e argentinos saudaram o ex-presidente na entrada do Congresso, com pompa de chefe de Estado.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve lugar de destaque na posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei. Sentou ao lado de outros chefes de Estado durante o discurso de Milei.
Lista dos presentes no palco do evento:
- Volodymyr Zelensky – presidente da Ucrânia;
- Vahagn Khachaturyan – presidente da Armênia;
- Gabriel Boric – presidente do Chile;
- Filipe VI – rei da Espanha;
- Santiago Peña – presidente do Paraguai;
- Luis Alberto Lacalle Pou – presidente do Uruguai;
- Daniel Noboa – presidente do Equador;
- Viktor Orbán – primeiro-ministro da Hungria.
- Jair Bolsonaro – Ex-presidente do Brasil
Principais pontos do discurso de Javier Milei
No primeiro discurso como presidente da Argentina, neste domingo, 10, Javier Milei criticou os antecessores, falou sobre a dificuldade que terá para restabelecer a economia do país e prometeu paz e prosperidade. Milei e sua vice, Victoria Villarruel, tomaram posse no Congresso Nacional, com a presença de apoiadores e delegações de chefes de Estado de vários lugares.
Milei observou que o kirchnerismo, que antes se orgulhava de seus métodos, deixou o país com um grande déficit de 17% do PIB. Ele destacou a necessidade de um ajuste fiscal no setor público nacional e criticou o modelo político que, segundo ele, gerou pobreza e miséria.
O presidente enfatizou que as disputas políticas na Argentina destruíram o país ao longo de mais de 100 anos e reforçou a necessidade de reorganizar a economia, reconhecendo que isso terá impacto na atividade econômica, na pobreza e nos salários.
Curiosidades:
A ex-vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi vaiada ao chegar no Congresso Nacional, na manhã deste domingo (10). Ela retribuiu a manifestação de apoiadores de Milei com um gesto obsceno. Vestida de vermelho, cor associada à esquerda na América Latina, Kirchner foi alvo de críticas enquanto entrava na sede parlamentar.
Ao contrário da cerimônia de posse de Maurício Macri em 2015, quando Kirchner se recusou a participar, ela teve um papel de destaque desta vez, recepcionando o novo presidente, Javier Milei. O ex-presidente peronista, Alberto Fernández, chegou em silêncio na Assembleia e trocou poucas palavras com o novo mandatário.
Os nove ministérios de Milei serão: ministério do Interior, ministério de Relações Exteriores e Comércio Internacional, ministério da Defesa, ministério da Economia, ministério da Infraestrutura, ministério da Justiça, ministério da Segurança, ministério da Saúde e ministério do Capital Humano.
O Ministério do Capital Humano é tratado pelo novo governo como uma inovação no país. Conforme a promessa de campanha, a pasta agregará os ministérios do desenvolvimento social, trabalho e educação em um só ministério. Milei chegou a dizer que a pasta da Saúde entraria nesse grande mistério, mas desistiu e manteve como pasta autônoma. O objetivo do Capital Humano, segundo Milei, é “atacar de maneira conjunta o problema do desenvolvimento adequado dos argentinos em situações precárias.”