Por Douglas Ferreira
Realmente, a situação climática na região Sul do Brasil está alarmante, com o Rio Grande do Sul sendo o Estado mais gravemente afetado. Há uma semana, tem sido assolado por tempestades que, além de causar devastação em inúmeras cidades, já ceifaram a vida de pelo menos 66 pessoas e deixaram mais de 700 mil atingidas, com previsão de mais chuvas pela frente.
O governo federal demorou a responder ao pedido de socorro do governo gaúcho, e embora o presidente Lula tenha pessoalmente se comprometido a ajudar durante sua visita a Porto Alegre, pouco ou nada foi feito até o momento. Os helicópteros do Exército não conseguiram atender às chamadas de socorro, e os dois caminhões disponibilizados não foram suficientes para suprir a demanda.
A breve visita do presidente Lula foi alvo de muitas críticas, sobretudo, quando ele desembarcou declarando que torcia para os dois times do Estado. Está programado o retorno do presidente a Porto Alegre neste domingo (5) para acompanhar de perto a situação.
Subindo para 66, o número de mortes em decorrência dos temporais no Rio Grande do Sul foi confirmado pelo governo estadual neste domingo (5), com um total de 101 pessoas desaparecidas. Mais de 700 mil pessoas foram afetadas pela tragédia, incluindo 155 feridos. Dos 66 óbitos reportados pelo governo, seis estão sob investigação para determinar se foram causados de fato pelas chuvas.
Segundo informações da Defesa Civil, as fortes chuvas afetaram 332 municípios gaúchos, resultando em 15.192 desabrigados e 80.573 desalojados, acomodadas em instalações fornecidas pelo poder público. A situação se agrava com mais de um milhão de residências sem fornecimento de água pela empresa Corsan e 418 mil domicílios sem energia elétrica. Além disso, o serviço de telefonia e internet foi interrompido em diversas cidades, afetando milhares de pessoas.
As escolas públicas estaduais suspenderam as aulas em 2.338 unidades, impactando quase 200 mil alunos. A estrutura de 224 escolas foi danificada em consequência das chuvas. Os temporais também causaram danos e bloqueios em 128 trechos de 68 rodovias estaduais gaúchas, afetando o tráfego.
Duas barragens estão em estado de emergência, com risco iminente de rompimento, aumentando o cenário de perigo e urgência na região. Durante a madrugada deste domingo, a chuva persistiu na Grande Porto Alegre e em municípios da região norte do Estado. Em Canoas, populares formaram um cordão humano na água para auxiliar as embarcações no resgate de pessoas das áreas inundadas.
O governador Eduardo Leite ressaltou a necessidade de um “Plano Marshall” para a reconstrução da região, referindo-se ao plano americano de reconstrução dos países aliados destruídos, após a Segunda Guerra Mundial. Ele enfatizou a importância de reforços para diversas frentes de atuação, com foco prioritário no resgate das vítimas.