O investimento estrangeiro no setor produtivo do Brasil sofreu uma queda acentuada de 40% este ano, conforme indicado por um relatório recente do Banco Central – BC. De janeiro a setembro, o país recebeu US$ 41,6 bilhões em Investimento Direto no País (IDP), descontando as saídas de capital, em comparação com os US$ 68,8 bilhões no mesmo período do ano anterior.

O valor acumulado do IDP nos primeiros nove meses de 2023 representa o segundo pior dos últimos 14 anos, superando apenas o registrado em 2020 (US$ 31,2 bilhões), durante o primeiro ano da pandemia de Covid 19.

Os dados mais recentes referentes a setembro revelam um saldo de US$ 3,8 bilhões para o IDP, uma redução de 61% em relação ao mesmo mês do ano anterior (US$ 9,6 bilhões).

Essas cifras se relacionam a valores destinados à “economia real”, englobando compras de participação em empresas brasileiras, empréstimos de multinacionais para filiais no país, entre outros. Não são incluídos nesses números os investimentos “em carteira”, como a aplicação em ações e títulos do mercado financeiro.

A proporção do investimento estrangeiro direto em relação ao tamanho da economia brasileira tem decrescido ao longo do ano. No final de 2022, o saldo em 12 meses correspondia a 4,54% do Produto Interno Bruto (PIB). Em setembro de 2023, essa relação caiu para 2,89% do PIB, o nível mais baixo desde março de 2022 (2,82%).

A XP Investimentos observou que “o declínio no saldo de IDP decorre da desaceleração econômica e menor lucratividade corporativa, tanto no Brasil quanto no exterior”, prevendo que o ano de 2023 encerre com uma entrada de US$ 62 bilhões em IDP, equivalente a 2,9% do PIB.

Redação Move Notícias com informações de Gazeta do Povo