Por Douglas Ferreira
Os números revelam uma dinâmica complexa no comportamento financeiro dos brasileiros no final do ano passado. A pesquisa da Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC, aponta que os brasileiros se envolveram em compras, aumentando o nível de endividamento do consumidor.
Contudo, ocorreu uma redução na inadimplência, mostrando um equilíbrio delicado entre crédito e endividamento. Em dezembro, a proporção de endividados subiu para 77,6%, enquanto a de inadimplentes diminuiu para 28,8%. Na média anual, o endividamento teve a primeira queda desde 2019, mas a inadimplência atingiu quase um terço da população.
A pesquisa considera diversas modalidades de dívidas, incluindo cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, entre outros. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca a importância do endividamento para o desenvolvimento econômico, sendo o crédito um trampolim no sistema capitalista.
Ele ressalta que “a inadimplência é um resultado adverso causado pela renda baixa do brasileiro e pela volatilidade econômica do país”.
Apesar do crescimento recente no endividamento, as dívidas das famílias em relação ao PIB estão em torno de 30%, consideradas moderadas quando comparadas ao mercado americano. O estudo indica uma melhora no cenário com a diminuição na parcela de consumidores com contas em atraso e naqueles que afirmam não ter condições de pagar as dívidas atrasadas.
O relatório ressalta a importância de programas de renegociação de dívidas estruturados, como o Desenrola, que apresentou resultados positivos, com a redução da inadimplência de 13% em outubro para 12,2% em dezembro do ano passado.