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Publicado em: 22 junho 2024 às 10:56 | Atualizado em: 22 junho 2024 às 11:08

IBGE: Sindicatos brasileiros perderam 6,2 milhões de filiados em uma década

Por Wagner Albuquerque

Foto: Reprodução.

Em uma década, os sindicatos brasileiros perderam 6,2 milhões de trabalhadores filiados, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente no último ano, 713 mil pessoas deixaram de ser sindicalizadas, apesar do mercado de trabalho ter atingido um recorde de vagas.

De 2013 a 2023, o número de pessoas trabalhando no Brasil subiu de 91,4 milhões para 100,7 milhões, um aumento de cerca de 9,3 milhões de vagas. No entanto, a filiação sindical caiu drasticamente de 14,6 milhões em 2013 para 8,4 milhões em 2023. Essa tendência de queda se intensificou após a Reforma Trabalhista de 2017, que eliminou a obrigatoriedade da contribuição sindical e flexibilizou contratos de trabalho.

A taxa de sindicalização caiu para 8,4% dos trabalhadores em 2023, o menor índice da série histórica iniciada em 2012, quando 16,1% dos ocupados eram sindicalizados. Todas as Grandes Regiões do país experimentaram uma redução na taxa de sindicalização, com a maior queda ocorrendo no Sul (-10,8 pontos percentuais). Em 2023, as regiões Norte (6,9%) e Centro-Oeste (7,3%) tiveram as menores proporções de trabalhadores sindicalizados, enquanto o Sul (9,4%) e o Nordeste (9,5%) apresentaram as maiores.

O setor público manteve a maior taxa de sindicalização em 2023, com 18,3%, seguido por trabalhadores familiares auxiliares (10,4%) e empregados com carteira assinada no setor privado (10,1%). As categorias com menor adesão a sindicatos foram os empregados no setor privado sem carteira assinada (3,7%) e os trabalhadores domésticos (2,0%). Em termos de nível de instrução, os trabalhadores com ensino superior completo tinham a maior taxa de sindicalização (13,5%), apesar de uma queda significativa em relação a 2012, quando a proporção era de 28,3%. A taxa de sindicalização entre homens foi de 8,5% em 2023, ligeiramente superior à das mulheres, que foi de 8,2%.