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Publicado em: 28 fevereiro 2024 às 19:46 | Atualizado em: 28 fevereiro 2024 às 23:03

Homem que foi filmado agredindo mulher em Parnaíba é executado pelo 'tribunal do crime'

Por Douglas Ferreira

Tácito Vilar é ex-presidiário e teria sido executado pelo tribunal do crime – Foto: Reprodução

As facções criminosas estabeleceram um verdadeiro ‘Estado Paralelo’ no Piauí. Um ‘Estado’, completo. Com o próprio código de ética e criminal, estatutos e até um tribunal do crime. É sob o domínio dessas facções que a vida e a morte de pessoas são determinadas atualmente no Piauí.

Em São Raimundo Nonato e Avelino Lopes as facções julgaram, condenara executaram três pessoas na semana passada. Em dois casas a execuções foram filmadas.

Na capital e em grandes centros urbanos do Estado, as facções criminosas exercem influência direta sobre o direito de ir e vir do cidadão. Em bairros periféricos, só é permitida a entrada ou saída com autorização deles. Em algumas comunidades, há toques de recolher e os veículos são orientados a circular com os vidros abertos.

Hoje um homem com histórico de violência doméstica, flagrado agredindo a companheira com chutes e pontapés, há alguns dias, foi assassinado na tarde desta quarta-feira, 28, na periferia de Parnaíba, no litoral do Piauí.

Embora a morte de traficantes em Parnaíba não seja algo incomum, este caso é notável pelo fato de que Tácito Vilar, um ex-presidiário, foi executado por ordem do ‘tribunal do crime’. É uma clara demonstração do Estado paralelo operando livremente no Piauí.

“Segundo informações preliminares, ele foi detido em flagrante por agressão à sua companheira, foi libertado durante a audiência de custódia e agora foi assassinado por membros da facção que atua nesta região de São José. A Polícia Civil irá investigar o incidente e verificar se há conexão entre os casos”, afirmou o tenente-coronel Inácio Delgado, comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar em Parnaíba.

As forças de segurança do Piauí parecem ter perdido o controle sobre as facções. Só conseguem agir após os crimes. Será se não há uma política voltada para coibir essas organizações criminosas, que consiga se antecipar às mortes, aos crimes?