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Publicado em: 27 julho 2024 às 19:42 | Atualizado em: 29 julho 2024 às 09:12

Hipocrisia nas Olimpíadas de Paris: A dualidade do COI e a proibição ao Cristo Redentor

Por Douglas Ferreira

Chumbinho e as pranchas proibidas pelo COI – Foto: Reprodução

É difícil não questionar a hipocrisia evidente do Comitê Olímpico das Olimpíadas de Paris 2024. O surfista brasileiro João Chianca, conhecido como Chumbinho, foi obrigado a apagar a imagem do Cristo Redentor de sua prancha de surf. Enquanto isso, na cerimônia de abertura, uma performance polêmica e herética que usava a iconografia da Última Ceia, voltada para a comunidade LGBT, foi permitida. Como é possível que a representação do Cristo Redentor seja terminantemente proibida, mas a profanação de um símbolo sagrado do cristianismo, a maior manifestação religiosa do Ocidente, seja ignorada?

O que está por trás dessa contradição?

Qual é a verdadeira intenção do Comitê Olímpico Internacional? Qual é o objetivo por trás dessas decisões que parecem seletivas e tendenciosas? O que significa religiosidade para o COI?

Surfista brasileiro impedido de exibir a imagem do Cristo Redentor

Chumbinho, foi notificado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) de que não poderia competir com sua prancha personalizada com a imagem do Cristo Redentor. De acordo com o regulamento 50 da Olimpíada, “não é permitido nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial”. Chumbinho precisou trocar suas pranchas de última hora, antes da estreia em Paris 2024.

Ele comentou nas redes sociais: “Acabo de receber a notícia de que a pintura não está autorizada nos Jogos Olímpicos porque Cristo é uma figura religiosa. E os jogos têm regras estritas e se centram na neutralidade total. Obrigado a todos pelo apoio, essas pranchas estão lindas. Sempre buscarei refazer essa pintura”.

A contradição com a cerimônia de abertura

Contrastando com essa postura rígida, a cerimônia de abertura das Olimpíadas contou com uma performance que adaptava a Última Ceia, uma das imagens mais sagradas do cristianismo, de forma que muitos consideraram herética. Essa performance foi direcionada à comunidade LGBT, levantando questões sobre a consistência das regras do COI. E a neutralidade total?

O verdadeiro espírito olímpico em jogo

A postura do Comitê Olímpico levanta sérias questões sobre o que realmente é valorizado nas Olimpíadas. O espírito olímpico deveria unir pessoas, promovendo o respeito mútuo e a compreensão entre diversas culturas e crenças. No entanto, a aplicação seletiva das regras parece minar esses valores fundamentais.

Enquanto a ‘neutralidade’ é citada como razão para proibir a prancha de Chumbinho, a tolerância de uma performance polêmica na abertura sugere uma agenda diferente. É crucial que o Comitê Olímpico Internacional reavalie suas diretrizes e sua aplicação para garantir que o verdadeiro espírito olímpico – de respeito, inclusão e celebração da diversidade – seja mantido.

Conclusão

A dualidade de critérios do COI nas Olimpíadas de Paris 2024 não só gera confusão, mas também mancha a imagem de um evento que deveria ser um símbolo de unidade e paz mundial. É fundamental questionar a quem realmente servem essas decisões e o que se perde quando o respeito por símbolos religiosos e culturais é desconsiderado.