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Publicado em: 12 janeiro 2024 às 14:21 | Atualizado em: 12 janeiro 2024 às 18:17

Helicóptero encontrado após 12 dias desaparecido em São Paulo; não houve nenhum sobreviventes

Por Wagner Albuquerque

O helicóptero desaparecido no litoral de São Paulo desde 31 de dezembro foi encontrado hoje (12) em Paraibuna, conforme informou a Polícia Militar. Tragicamente, os quatro ocupantes perderam a vida. A aeronave foi avistada pelo helicóptero Águia 24 da PM, em uma área de difícil acesso. As equipes continuam os trabalhos para alcançar os destroços, e os familiares dos ocupantes já foram informados, após realizarem buscas por conta própria desde as primeiras horas desta sexta-feira.

Destroços da aeronave encontrado na manhã desta sexta-feira (12). Foto: reprodução.

Nas primeiras horas da madrugada de hoje, familiares das vítimas se reuniram para iniciar uma busca terrestre, contando com o auxílio de cães farejadores fornecidos por uma empresa especializada.

Durante a manhã, os parentes relataram que estiveram na torre que registrou pela última vez o sinal do celular do piloto, localizada no KM 54,5 da Rodovia dos Tamoios.

O helicóptero Robinson R-44, de prefixo PR-HDB, decolou do Campo de Marte, na capital paulista, no início da tarde do dia 31 de dezembro, com destino a Ilhabela, no litoral norte.

A aeronave desapareceu dos radares aproximadamente duas horas após a decolagem. A bordo estavam o piloto Cassiano Tete Teodoro, 44 anos; o empresário Raphael Torres, 41 anos, que teria contratado o voo para um passeio na praia com a amiga Luciana Rodzewics, 46 anos, e a filha dela, Letícia Rodzewics, 20 anos.

Na aeronave, estavam o piloto, duas mulheres, que são mãe e filha, e um amigo das duas. Os passageiros eram:

  • Luciana Rodzewics, de 45 anos;
  • Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos, filha de Luciana;
  • Raphael Torres, um amigo da família que fez o convite para o passeio;
  • Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos (o piloto).
Ocupantes do helicóptero que estava desaparecido em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Veja a cronologia dos fatos:

Dia 31 de dezembro

13h15:

O helicóptero Robinson R44 de prefixo PR-HDB decola do aeroporto Campo de Marte, na cidade de São Paulo, com destino a Ilhabela, no litoral norte do estado.

Pouco depois da decolagem, a comerciante Luciana Rodzewics, 46 anos, postou no Instagram da loja em que é proprietária um vídeo da aeronave decolando.

14h09

Filha de Luciana, Letícia Rodzewics, 20, que também estava no voo, envia mensagem ao namorado dizendo que havia muita neblina e que o piloto tentaria voltar. Ela revela que a aeronave fez um pouso de emergência, mas não soube precisar o local exato.

14h25

O empresário Raphael Torres, 41, que também estava no voo, envia uma mensagem de áudio ao filho dizendo que o tempo estava ruim e que a aeronave tentaria pousar em Ubatuba.

14h42

Em contato com o proprietário do heliponto onde faria o pouso, o piloto Cassiano Tete Teodoro, 44, revela que estava com dificuldades para cruzar a serra por causa do excesso de nuvens. Cassiano diz que tentaria elevar a altitude e que tentaria achar um “buraco” –jargão da aviação que significa um ponto de céu limpo.

14h49

Cassiano e o dono do heliponto se falam novamente. O piloto volta a reclamar das condições climáticas e diz que não estava conseguindo subir a camada de nuvens;

14h55

O piloto diz ao proprietário do heliponto que iria tentar voar por cima das nuvens.

15h13

O heliponto faz novo contato com a aeronave, mas não há retorno.

22h40

O Comando de Aviação da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros de São Paulo geraram um alerta para possível queda do helicóptero.

Dia 1º de janeiro

A Força Aérea Brasileira inicia as buscas pelo helicóptero. Um avião SC-105 Amazonas decolou de Campo Grande (MS) para o Vale do Paraíba para fazer a varredura.

A aeronave tem um radar com capacidade de alcance de até 360 quilômetros. O avião conta também com um sistema eletro-óptico de busca por imagem e por espectro infravermelho. “Isso permite realizar buscas pelo calor, permitindo detectar, por exemplo, uma aeronave encoberta pela vegetação ou uma pessoa no mar”, diz a Força Aérea.

22h14

O celular de Luciana Rodzewics, que até então estava ativo, deixa de emitir sinal.

Dia 3 de janeiro

O corpo de um homem foi localizado às margens de uma represa em Natividade da Serra, no Vale do Paraíba. Autoridades que participam das buscas suspeitaram que o cadáver pudesse ter relação com o desaparecimento do helicóptero.

Dia 4 de janeiro

A Defesa Civil e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmaram que não há nenhum indício de que o corpo encontrado às margens da represa em Natividade da Serra tenha relação com a aeronave que desapareceu no dia 31.

Dia 6 de janeiro

A Força Aérea Brasileira reforçou as buscas pela aeronave desaparecida. Para isso, passou a usar na operação de resgate um helicóptero Black Hawk, um equipamento militar de médio porte utilizado em missões de de busca e salvamento.

Dia 8 de janeiro

Mesmo após oito dias de buscas, o porta-voz Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo, o major Cesar Augusto Silva afirmou que a corporação ainda tinha esperança de encontrar com vida as quatro pessoas que estavam a bordo do Robinson R44.

Dia 9 de janeiro

Familiares dos passageiros decidiram contratar profissionais para fazer uma busca paralela. Além disso, os parentes contam com voluntários para tentar encontrar vestígios da aeronave. A equipe é composta, basicamente por mateiros e por operadores de drones.

Dia 10 de janeiro

Buscas chegam ao décimo dia. A Polícia Civil tenta utilizar dados de localização emitidos pelos celulares dos passageiros para obter pistas.

Dia 11 de janeiro

Vídeos divulgados à imprensa mostram que câmeras de segurança instaladas em prédios públicos da Prefeitura de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, e na Rodovia dos Tamoios, em Paraibuna, captaram imagens do que poderia ser o helicóptero trafegando pela região no dia do desaparecimento da aeronave.

Dia 12 de janeiro – destroços da aeronave é encontrado

A matrícula do helicóptero encontrado na manhã desta sexta-feira (12), em Paraibuna, está preservada entre os destroços. Equipes da Força Aérea Brasileira (FAB), que estão no local, fotografaram parte da fuselagem da aeronave, na qual consta a gravação das letras PR-HDB. Foto: reprodução.