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Publicado em: 18 dezembro 2023 às 09:06 | Atualizado em: 18 dezembro 2023 às 09:06

GERAÇÃO NEM-NEM: 1 a cada 5 jovens no Brasil nem estuda nem trabalha, aponta IBGE

Por Douglas Ferreira

Aproximadamente 10,9 milhões de jovens brasileiros, ou 22,3% do grupo etário de 15 a 29 anos, integram a “geração nem-nem – Foto: Reprodução

Os dados são alarmantes, revelando que aproximadamente 20% dos jovens brasileiros em idade produtiva, de 18 a 24 anos, não estão envolvidos em estudos ou no mercado de trabalho, caracterizando a chamada “geração nem-nem”. O país fica atrás apenas da África do Sul. Infelizmente, essa juventude enfrenta perspectivas limitadas, visto que a falta de políticas públicas inclusivas no mercado de trabalho pode contribuir para um aumento desse número. Entenda melhor: 1 em cada 5 jovens no Brasil não está estudando nem trabalhando, conforme apontado pelo IBGE.

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (6), aproximadamente 10,9 milhões de jovens brasileiros, ou 22,3% do grupo etário de 15 a 29 anos, integram a “geração nem-nem”.

A pesquisa do IBGE destaca que, no ano passado, 4,7 milhões de jovens optaram por não procurar emprego e também não tinham o desejo de trabalhar. Vale ressaltar que esses números não fazem distinção entre os 2 milhões de mulheres que cuidam de parentes ou realizam trabalhos domésticos e os jovens que efetivamente não buscam ocupação ou educação.

A pandemia teve um impacto significativo nesse cenário, elevando a proporção de jovens “nem-nem” de 24,1% em 2019 para 28% em 2020. Desde então, houve duas quedas consecutivas, culminando no patamar de 2022.

Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE, destaca que a redução observada foi impulsionada pelo aumento de jovens que priorizaram o trabalho em detrimento dos estudos. Ele ressalta que, no Brasil, a presença desses jovens no ensino superior ainda é bastante baixa.

Os dados revelam que, dos quase 11 milhões de jovens que não estudam e estão desempregados, 61,2% encontram-se abaixo da linha da pobreza. Para Mariano, essas informações evidenciam desigualdades sociais resultantes de um quadro estrutural de disparidades.