Por Douglas Ferreira
Não há dúvida de que a dupla de fugitivos da penitenciária de ‘segurança máxima’ de Mossoró alcançou um feito histórico. Afinal, eles protagonizaram a primeira fuga de um presídio federal desde a sua implantação em 2006. Para isso, ao que tudo indica, contaram com o apoio ou negligência de agentes penitenciários.
No entanto, do lado de fora, encontraram pouco suporte. Os dois estão agora perdidos na mata e em breve serão capturados pela força-tarefa, que envolve 600 homens na operação de caça. Ao que tudo indica, a ‘dupla dinâmica’ foi abandonada pela rede de proteção do Comando Vermelho.
Aqui está o contexto:
Os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró foram aparentemente abandonados pela rede de proteção do crime organizado, de acordo com investigadores. Monitoramentos da força-tarefa que realiza as buscas no Rio Grande do Norte indicam que os dois estão sem apoio há uma semana.
Deibson Nascimento e Rogério Mendonça escaparam da penitenciária de ‘segurança máxima’ em 14 de fevereiro, em plena quarta-feira de cinzas, marcando a primeira fuga registrada no sistema prisional federal, criado em 2006. A força-tarefa está agora no 18º dia de buscas pela dupla, que foi avistada por agricultores em uma plantação na área rural de Baraúna na tarde de quinta-feira (29).
Os fugitivos parecem ter dificuldade para sair da área onde as buscas estão concentradas, próxima a Baraúna/RN, e parecem também estar desorientados. Em vez de se dirigirem à divisa com o Ceará, eles retornaram para uma área mais próxima da cidade e da própria penitenciária de Mossoró.
Os investigadores afirmam que recentes prisões e apreensões de pessoas suspeitas de colaborar com os fugitivos prejudicaram a estratégia do crime organizado para ajudá-los a deixar o Estado. Desde a fuga, ao menos cinco pessoas foram presas sob suspeita de auxiliar os presos a se esconderem e se locomoverem pela região.
Além disso, Deibson e Rogério aparentemente não possuem mais celulares, e um deles pode estar ferido e mancando, de acordo com relatos de testemunhas ouvidas pela polícia na quinta-feira (29).
As buscas continuam no 18º dia, mas a dificuldade é aumentada devido às fortes chuvas que atingem a região.
Desde o início, a operação concentrou-se nas áreas rurais entre Mossoró e Baraúna, ligadas pela RN 015, onde a penitenciária está localizada. A operação emprega helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos sofisticados, além de mais de 600 homens das forças de segurança da Força Nacional, estadual e federal, incluindo equipes de elite da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.