Por Douglas Ferreira
Os fugitivos Deibson Nascimento, de 35 anos, e Rogério Mendonça, de 33, foram finalmente recapturados e retornaram ao cárcere no presídio de ”segurança máxima, de onde haviam fugido em 14 de fevereiro deste ano. Após uma fuga que durou exatos 50 dias, a maior força-tarefa já montada para uma recaptura no Brasil falhou em localizá-los após sua fuga de Mossoró, no Rio Grande do Norte. No entanto, após o desmantelamento dessa força-tarefa em 30 de março e a manutenção apenas da inteligência da Polícia Federal, os dois foram localizados, identificados e presos pela PF e pela PRF, a 1600 km de Mossoró, no município de Marabá, no sudoeste do Estado do Pará, quando tentavam retornar para o Acre, Estado de origem de ambos.
Informadas pela inteligência da PF em Mossoró, a PRF e a PF no Pará montaram uma campana e conseguiram recapturar os dois membros do Comando Vermelho, que estavam com uma equipe de escolta do crime formada por quatro homens armados até com fuzil. Depois de uma pequena estada na sede da Polícia Federal em Marabá, os dois foram recambiados para a Penitenciária Federal de Mossoró.
Entenda como tudo aconteceu
Os fugitivos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, após serem recapturados no Pará, chegaram ao Rio Grande do Norte na madrugada desta sexta-feira (5). Transportados de avião até o Estado potiguar, desembarcaram em Mossoró.
Os faccionados do Camando Vermelho regressaram ao presídio local, que teve sua segurança reforçada e direção trocada. Os dois ficarão em celas distintas e sob constante monitoramento, conforme anunciado pelo Ministério da Justiça. A retorno dos dois para Mossoró seria “uma questão de honra” para o Ministério da Justiça.
A operação para localizá-los durou 50 dias, culminando na tarde de quinta-feira (4), quando a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) os capturaram.
Após a recaptura, os fugitivos permaneceram em silêncio durante o depoimento à PF. Por volta das 21h30, deixaram a delegacia de Marabá e foram encaminhados ao aeroporto local.
A decolagem da aeronave da PF ocorreu por volta das 22h de quinta-feira, chegando a Mossoró às 1h30 desta sexta-feira. Posteriormente, foram submetidos a exames de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).
A fuga de Deibson e Rogério, que ocorreu na madrugada da quarta-feira de cinzas, 14 de fevereiro, foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, que inclui ainda penitenciárias em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Para escapar da prisão, abriram uma passagem atrás de uma luminária do presídio e cortaram duas cercas de arame com um alicate estranhamente encontrado na rota de fuga. Durante a fuga, invadiram residências e fizeram uma família refém, além de receber auxílio financeiro da facção criminosa CV para pagar a um fazendeiro que os ajudou.
Após cruzar o Rio Grande do Norte, embarcaram em um barco pesqueiro em Icapuí (CE) com destino à Ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará, onde foram localizados seis dias depois.
Os bastidores da prisão revelam que, após receber informações da PF em Marabá, a PRF começou a monitorar os criminosos, interceptando-os na BR 222 próximo a Morada Nova. Além dos fugitivos, quatro homens que os auxiliavam foram presos, sendo apreendidos com o grupo um fuzil com dois carregadores, dinheiro e oito celulares.
O Ministério da Justiça informou que os fugitivos pretendiam fugir para o exterior, e estima-se que a operação de busca, apenas com as forças federais, tenha custado R$ 2,1 milhões aos cofres públicos.