Por Douglas Ferreira
A inteligência da Polícia Federal revelou que os fugitivos de Mossoró receberam aparelhos celulares e dezenas de chips pré-pagos para confundir os investigadores da Força-tarefa. Por ironia do destino, esses mesmos aparelhos foram cruciais para revelar a localização de ambos.
Conforme as investigações, uma célula criminosa ligada ao Comando Vermelho, composta por membros de diversos Estados, proporcionou apoio a Rogério Mendonça e Deibson Cabral durante os 50 dias em que estiveram em fuga.
Agentes do setor de Inteligência da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Norte detectaram, no final de março, essa nova célula de apoio aos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró. A missão dessa célula era garantir que os fugitivos saíssem da área de buscas e fossem levados para longe, envolvendo criminosos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará.
Os fugitivos foram equipados com aparelhos celulares e dezenas de chips, que eram trocados diariamente para dificultar o rastreamento. No entanto, os investigadores conseguiram superar essa estratégia e ampliar a vigilância sobre os criminosos que estavam dando suporte à fuga.
Quando as autoridades descobriram que os dois foram levados para Belém, agentes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado intensificaram o cerco tecnológico. Cruzando os sinais de antenas de celular com o sistema de monitoramento de câmeras da PRF, os investigadores conseguiram localizar os veículos utilizados pelos criminosos.
Na tarde da última quarta-feira, os agentes identificaram um carro branco, um VW Polo, em deslocamento de Belém para Marabá, que coincidia com os registros das antenas de celulares rastreados. Além disso, descobriram outros dois veículos fazendo o mesmo percurso em comboio: um corsa preto e um jeep branco.
A partir dessas informações, PRF e PF traçaram uma operação para cercar e abordar os veículos na ponte da BR 222, próximo a Marabá/PA. Os donos dos veículos serão investigados para explicar como seus carros foram parar nas mãos dos criminosos que apoiavam os fugitivos de Mossoró. A investigação também visa identificar outros envolvidos no apoio logístico e financeiro da fuga, o que pode resultar em novas prisões.