Por Douglas Ferreira
A incapacidade da Força Tarefa encarregada de recapturar os dois fugitivos da penitenciária de ‘segurança máxima’ de Mossoró, no Rio Grande do Norte, há mais de um mês e meio, está gerando desconforto entre o comando das forças de segurança e indignação dentro do próprio grupo de agentes. O fracasso das operações levanta questionamentos sobre a eficácia das estratégias adotadas, especialmente no que diz respeito à negligência da experiência dos policiais potiguares. Afinal, eles conhecem como ninguém cada área a ser vasculhada, cada morro, serra, vales, rios, lagos e cavernas. Conhecem como a palma da mão, cada quilômetro da BR 304, das rodovias estaduais, da estradas vicinais do Mossoró e região.
O policial penal Eilson Carlos, o Bião expressou críticas satíricas à ação da Força de Segurança, ironizando que “só vai deixar é muita mulher grávida em Mossoró”. Seus argumentos têm ecoado entre os envolvidos, destacando que, historicamente, detentos fugitivos da região são rapidamente recapturados, dada a familiaridade com a geografia local.
A falta de envolvimento e valorização dos policiais penais e militares locais, especialistas em captura de fugitivos, é apontada como um dos principais motivos para o insucesso das operações. Agora, relatos emergem sugerindo que os agentes da força-tarefa estiveram em proximidade com os fugitivos sem perceber. Um episódio recente envolve um casal que relatou ter ficado a menos de três metros dos criminosos, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, durante um assalto à sua residência em 16 de março. Isso foi um mês e dois dias após a fuga.
Os fugitivos permaneceram no local por horas, revelando que quase foram capturados na noite anterior, quando estavam escondidos na mata. Um helicóptero passou sobrevoando baixo, forçando-os a fugir e abandonar alguns pertences que foram posteriormente encontrados pelas autoridades. A falta de pistas sobre o paradeiro dos fugitivos continua a desafiar a força-tarefa, que já está há 42 dias em busca da dupla.
Detalhe: A Força Nacional só está autorizada pelo Ministério da Justiça a permanecer no Rio Grande do Norte até à sexta-feira, 29. A partir daí a Força Tarefa ficará desfalcada e segundo as declarações de Bião, muitas mulheres terão que encarar o ‘pré-natal’ e a gravidez sozinhas.