Por Douglas Ferreira
As projeções fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil indicam uma deterioração nas expectativas, com déficits primários maiores do que o previsto anteriormente. A previsão é de um déficit de 0,6% do PIB em 2024 e de 0,3% em 2025. Esses números representam um aumento em relação à última análise feita em outubro, quando os déficits eram projetados em 0,2% para ambos os anos.
O FMI também prevê que o Brasil só conseguirá eliminar o déficit em 2026, no último ano do governo Lula, e que a partir de 2027 o país alcançaria um superávit de 0,4% do PIB. No entanto, até 2029, último ano das projeções, o saldo entre despesas e receitas permaneceria positivo.
Quanto à dívida pública bruta, o FMI estima que ela continue a aumentar em relação ao PIB, atingindo 86,7% em 2024 e 90,9% em 2026. Essas projeções são mais favoráveis do que as apresentadas no último relatório, mas ainda colocam o Brasil em uma situação de endividamento preocupante, especialmente quando comparado a outros países emergentes.
É importante notar que as projeções do FMI foram feitas antes da mudança da meta fiscal para 2025 anunciada pelo governo federal. Agora, a nova estimativa é de um déficit zero para o próximo ano, com um possível saldo negativo de 0,25% do PIB. Anteriormente, o objetivo era alcançar um superávit de 0,5% do produto em 2025.