Por Douglas Ferreira
As ações do ministro Flávio Dino à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública têm sido percebidas de maneira desfavorável, aparentemente comprometendo sua possível trajetória para o Supremo Tribunal Federal – STF. Nos bastidores de Brasília, há uma percepção de que o nome do ministro está perdendo prioridade nas indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde que assumiu a pasta, Dino tem enfrentado situações que geram controvérsias.
Primeiramente, destacam-se suas declarações contraditórias sobre o que afirmou ter observado da janela do Ministério, a negativa em entregar as imagens do dia 8 de janeiro, seguidas por episódios pouco esclarecidos, como sua visita à favela da Maré sem esquema de segurança. Recentemente, surgiram preocupações relacionadas às suas ligações com a “Dama do Tráfico” do Amazonas. Ou pelo menos as “ligações perigosas” dela com o Ministério da Justiça e o governo federal. Estaria Dino promovendo uma “auto-sabotagen?”
A esposa do traficante Tio Patinhas, condenado a mais de 30 anos por trafico drogas, e cumprindo pena em Manaus, Luciene Farias, esteve por pelo menos duas vezes no ministério de Dino. Ela própria é condenada por associação ao tráfico e outros crimes. Esses eventos têm contribuído para a construção de uma imagem negativa em relação ao ministro, afastando-o, tijolo a tijolo, da possibilidade de ocupar uma cadeira no STF.
O nome de Flávio Dino, agora enfrenta desafios e rumores indicam que suas chances foram reduzidas devido às polêmicas recentes. O governo considera a relação custo-benefício, ponderando a possibilidade de o nome do ministro ser vetado pelos senadores, semelhante ao ocorrido com Igor Roberto Albuquerque Roque em sua indicação para a Defensoria Pública da União, no final do mês passado.
Nesse contexto, outros nomes começam a ganhar destaque nas especulações, como o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Também são mencionados o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o sub-procurador Paulo Gonet Branco para a Procuradoria-Geral da República. O cenário político está em constante evolução, e as escolhas futuras dependerão das articulações e decisões do governo.
Se “auto-sabotar” além de não ajudar, atrapalha.