Move Notícias

Publicado em: 3 janeiro 2024 às 18:12 | Atualizado em: 3 janeiro 2024 às 18:14

FATO: O frango brasileiro é livre de hormônios e pauta global de exportação

Por Douglas Ferreira com informação da AgroSaber

Certamente, você já deve estar ciente de que o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, ocupando o segundo lugar na produção dessa proteína, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e ultrapassando a China, que agora ocupa o terceiro lugar. Contudo, o que talvez você não saiba é que o frango brasileiro não recebe adição de hormônios, possuindo apenas seus hormônios naturais.

Portanto, é um equívoco, uma fake news, afirmar que quem consome frango brasileiro ingere grandes quantidades de hormônios. Compreenda: o frango produzido no Brasil é livre de hormônios.

A produção avícola no Brasil é responsável por alimentar milhões de brasileiros e é uma das principais pautas de exportação do país. Vamos esclarecer o que é real e o que é falso sobre essa indústria.

Com granjas bem coordenadas, genética padronizada e protocolos de sanidade, nutrição e manejo de alta qualidade, a produção de frango brasileiro se destaca como uma das atividades agropecuárias mais tecnológicas e profissionais do mundo. O país é reconhecido há tempos como um dos maiores produtores globais.

Em 2019, foram exportadas 4,2 milhões de toneladas, um aumento de 2,8% em relação a 2018. Em termos de receita, as vendas do setor totalizaram US$ 6,994 bilhões em 2019, um aumento de 6,4% em relação a 2018, quando foram registrados US$ 6,570 bilhões. Em 2019, a China tornou-se o principal destino internacional da carne de frango do Brasil, com importações totais de 585,3 mil toneladas.

Apesar desse sucesso, ainda há muita desinformação circulando sobre o assunto. Algumas alegações, como a de que o frango brasileiro é repleto de hormônios, são completamente infundadas. O consultou o médico veterinário Mario Sergio Assayag Junior, gerente geral de operações da Aviagen, empresa americana de genética de aves, conversou com o portal AgroSaber para esclarecer essa questão.

Ele explica que uma das maiores falsidades relacionadas à produção de aves está ligada à administração de hormônios nos animais, o que simplesmente não acontece e nunca aconteceu. Essa alegação é considerada uma das maiores lendas urbanas sobre a produção de frango no mundo.


“Se essa tecnologia realmente existisse para os frangos, o hormônio teria que ser aplicado ave por ave, todos os dias de sua vida. Imagine o custo operacional disso – tornaria economicamente inviável a produção de frango em todo o mundo”, afirma Assayag Junior.


Então, é essencial entender que tipo de medicamento é administrado em frangos durante o processo de produção. Em primeiro lugar, são aplicadas vacinas para garantir o controle sanitário. Isso é uma prática normal para assegurar animais saudáveis.

Assayag Junior destaca a importância do protocolo de vacinação, especialmente nas fases iniciais da criação de um frango, pois é nesse período que a ave passa mais tempo (em geral, cerca de 64 semanas) com um produtor responsável pela multiplicação do plantel. Portanto, a maioria das aplicações de vacinas e medicamentos em frangos ocorre nas fases anteriores à engorda (aves de corte), a última etapa que leva de 32 a 48 dias até o abate.

Esses protocolos podem variar de região para região, e de 6 a 10 vacinas podem ser administradas a cada lote de animais. “A principal vacina é contra a doença de Marek”, explica Assayag Junior. “Essa vacina é obrigatória em todo o mundo”, esclarece.

As vacinas podem ser injetáveis ou administradas por spray ou gota. Para cada tipo de vacina, há um método específico de aplicação. As vacinas consideradas vivas são aplicadas por spray ou gota, e essas vacinas por gota são semelhantes às vacinas orais para crianças em campanhas de saúde pública.

Além disso, outro aspecto importante para garantir a saúde dos rebanhos avícolas é a administração de antibióticos, que é uma prática real, mas é aplicada apenas quando os animais ficam doentes. Nenhum produtor utiliza antibióticos sem necessidade, pois isso vai contra as normas de boas práticas de bem-estar animal. A administração desse medicamento é via oral, sendo colocado na água das aves. Isso não significa que ao consumir a carne de frango, você estará ingerindo essas substâncias. Segundo Assayag Junior, o período de carência desses medicamentos varia de 0 a 30 dias, dependendo do tipo de antibiótico. “Todos esses prazos são respeitados porque são realizados testes laboratoriais que atestam a presença ou ausência de resíduos nas carnes dessas aves”, destaca.


“A produção brasileira de frango é uma das mais competentes. O Brasil se aperfeiçoou tanto para atender a tantos países e clientes de exportação que os protocolos de produção do frango brasileiro se tornaram alguns dos mais elevados do mundo”, destaca o veterinário Assayag Junior.


Em relação aos números de produção, o Brasil tem muito a se orgulhar. Conduzir um rebanho de 1,5 bilhão de aves não é tarefa para qualquer um. Esse é o dado mais recente do IBGE sobre a produção brasileira de aves, com dados de 2018. Desde o campo até a mesa do brasileiro, a ave passa por cinco etapas de produção.