O litoral do Piauí, conhecido por sua beleza natural e preservação, enfrenta um crescente problema de tráfico de drogas e violência. A cidade de Parnaíba, que é a capital da região litorânea, infelizmente, ostenta o triste título de uma das cinco cidades mais violentas do Brasil. São 46,3 mortes violentas para cada grupo de 100 mil habitantes.

Essa violência rivaliza com a de Caxias, no Maranhão, tornando-se uma das áreas mais perigosas do Nordeste. Isso levanta várias questões sobre como facções criminosas altamente violentas e bárbaras se estabeleceram no litoral. E o que as autoridades de segurança têm feito para lidar com esse problema crescente, caracterizado por um aumento na intensidade e crueldade dos crimes.

A responsabilidade pela segurança pública é do Estado, mas muitos se perguntam por que a Secretaria de Segurança não tem conseguido conter a escalada da violência no Piauí. Existem diversas questões em jogo, como a disponibilidade de recursos financeiros, equipamentos, pessoal capacitado e, crucialmente, uma gestão eficaz e comprometida com a segurança do cidadão.

A violência tem afetado profundamente a vida cotidiana do piauiense, do pagador de impostos, que vive com medo constante. Trabalhadores não sabem se voltarão para casa após o trabalho, mães têm medo pela segurança de seus filhos nas escolas, e a juventude enfrenta ameaças constantes, incluindo assassinatos e estupros.

As estatísticas revelam o tamanho da violência que se vive no dia a dia neste Estado. Os números não mentem. No Piauí se mata e se mata muito. Muito além da conta. Mata-se por tudo. Mata-se na rua em plena luz do dia, mata-se na escola, na universidade, mata-se no bar, na vila, no cais. Mata-se na calada da noite e no ‘pingo do meio dia’. Mata-se na praia, na pousada. Mata-se por tudo e por quaisquer motivos.

O último crime ocorreu nesta quinta-feira, 14. Três homens foram executados no bairro João XXII, em Parnaíba e outras duas pessoas ficaram feridas. Ainda não se sabe a motivação dos homicídios mas as vítimas ao que se sabe até agora eram trabalhadores da Construção Civil.

Os dados revelam a gravidade da situação em Parnaíba, que figura no ranking das cidades mais violentas do Brasil. É essencial que as autoridades trabalhem diligentemente para reverter essa tendência preocupante, garantindo que os cidadãos possam viver em um ambiente seguro e pacífico. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública tem um papel fundamental na divulgação dessas informações, promovendo a transparência e a prestação de contas nessa área crítica.

É importante que o governo e as autoridades policiais tomem medidas decisivas para abordar essa situação, garantindo que recursos adequados sejam alocados para a segurança pública. E também que estratégias eficazes sejam implementadas para conter a violência e restabelecer a paz e a segurança no litoral do Piauí.

Uma política de segurança que se conforma com a apreensão e devolução de celulares roubados e furtados não satisfaz ao pagador de impostos que sai à rua com medo de morrer. Nada contra apreender celular roubado, esse é o trabalho da polícia. Mas uma polícia eficiente e comprometida em promover segurança pública e proteger a sociedade deve fazer mais, muito mais pela população.

O Piauí pede socorro!

Por Douglas Ferreira