Por Wagner Albuquerque
O boxe nos EUA implementou, em 29 de dezembro, uma nova política para atletas transgêneros, permitindo que homens que se identificam como mulheres participem de competições femininas. A proposta, inicialmente apresentada em agosto de 2022, exige que homens que alegam ser mulheres realizem cirurgia de redesignação de gênero e se submetam a testes de níveis de testosterona por quatro anos após o procedimento.
O documento estipula que a atleta deve manter seu nível total de testosterona no soro abaixo de 5 nmol/L por, no mínimo, 48 meses antes da primeira competição, mantendo esse padrão durante todo o período de elegibilidade para a categoria feminina. Comparativamente, os níveis normais para homens variam de 10 a 35 nmol/L, enquanto para mulheres, estão entre 0,5 e 2,4 nmol/L.
O USA Boxing afirmou que a nova política visa proporcionar justiça e segurança a todos os boxeadores, especialmente porque a Federação Internacional de Boxe dos EUA ainda não havia estabelecido a elegibilidade de boxeadores transexuais.
Críticos da decisão alertam para possíveis impactos negativos no esporte feminino, apontando para a possibilidade de injustiça, apagamento do espaço das mulheres e riscos físicos. A reação contrária também se reflete em opiniões de figuras conhecidas, como a ex-campeã mundial Ebanie Bridges e o ex-campeão dos super-médios Carl Froch, que consideram inapropriado e perigoso permitir que atletas transgêneros compitam em categorias femininas.