Por Douglas Ferreira
A situação no Equador tornou-se mais tensa do que se poderia imaginar desde que o governo decretou guerra contra o narcotráfico e o crime organizado, em resposta à fuga do maior criminoso de uma prisão em Guayaquil. O exército equatoriano está agora autorizado a agir para prender Fito, o bandido mais procurado do país.
Nos últimos três dias, a população vem testemunhando cenas de guerra nas ruas, com tanques e militares fortemente armados fazendo parte do cotidiano dos equatorianos.
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Neste momento, detentos de pelo menos cinco prisões mantêm mais de 130 funcionários como reféns. De acordo com a imprensa local, até agora, 13 pessoas perderam a vida no Equador.
O presidente equatoriano, Daniel Noboa, declarou que o país está vivendo um “estado de guerra” contra grupos terroristas. Dois decretos publicados esta semana colocaram o Equador em ‘estado de exceção’ e em ‘conflito armado interno’, em resposta à crise de segurança que assola o país.
Nesta quarta-feira (10), as aulas presenciais foram suspensas, e a rede pública de saúde interrompeu as consultas. Noboa defendeu o decreto que permite a atuação das Forças Armadas contra vinte e duas facções criminosas classificadas como organizações terroristas.
Além disso, o presidente anunciou a intenção de deportar estrangeiros detidos nas prisões equatorianas, a maioria composta por colombianos, peruanos e venezuelanos, como medida para reduzir a superlotação carcerária.
Guayaquil, a maior cidade do país e onde está localizado o principal porto, tornou-se alvo dos ataques das facções criminosas, sendo utilizado como rota para o tráfico de drogas.
Os principais incidentes envolvendo facções criminosas ocorreram em Guayaquil, onde traficantes armados invadiram uma emissora de televisão ao vivo e uma universidade.
A crise de segurança eclodiu no início da semana com a fuga do líder de uma das maiores facções criminosas do país, levando o presidente Daniel Noboa a decretar estado de exceção, que deve durar 60 dias, incluindo um toque de recolher noturno.
O Itamaraty divulgou uma nota condenando veementemente os atos de violência relacionados a grupos de crime organizado transnacional que afetam a segurança do Equador. O Mercosul expressou solidariedade ao povo e ao governo equatoriano, respaldando irrestritamente a institucionalidade do país, no respeito aos direitos humanos.