Por Douglas Ferreira

A expansão dos parques eólicos e usinas fotovoltaicas no Nordeste do Brasil tem trazido importantes consequências práticas para a economia brasileira, a geração de emprego e renda e a matriz energética do país. Vamos analisar esses aspectos:

1. Impacto na economia brasileira: Os investimentos em energia limpa no Nordeste têm contribuído significativamente para a economia do país. O Brasil é capaz de exportar energia excedente para outros países, aumentando sua receita por meio da exportação de eletricidade. Além disso, o desenvolvimento de tecnologias eólicas e solares no país cria oportunidades de exportação de equipamentos e know-how, fortalecendo a indústria nacional.
2. Geração de empregos e renda: A construção e operação de parques eólicos e usinas fotovoltaicas geram empregos diretos e indiretos. Durante a fase de construção, é necessária mão de obra para instalação dos equipamentos, construção de infraestrutura e logística. Após a implementação, a operação e manutenção desses empreendimentos também empregam uma parcela significativa da população local.
3. Desenvolvimento regional: A concentração desses parques no Nordeste tem promovido o desenvolvimento regional. Municípios que abrigam esses empreendimentos recebem investimentos em infraestrutura, estradas e serviços, o que melhora a qualidade de vida da população local.
4. Redução de emissões de carbono: A expansão da energia limpa no Nordeste contribui para a redução das emissões de carbono, auxiliando o Brasil a cumprir suas metas de redução de gases de efeito estufa e combater as mudanças climáticas.
5. Benefício para o consumidor: Em teoria, o aumento da produção de energia limpa pode, eventualmente, refletir em contas de luz mais baratas para o consumidor. No entanto, a relação entre investimentos em energias renováveis e os preços finais de eletricidade é complexa e depende de vários fatores, como políticas regulatórias, custos de produção, infraestrutura de transmissão, entre outros. Os benefícios para o consumidor podem demorar a serem percebidos.
6. Mercado livre de energia: Mencionou-se que a energia gerada visa pequenas e médias empresas no mercado livre. Isso permite que essas empresas tenham maior flexibilidade na negociação de contratos de energia, podendo escolher fornecedores e condições mais adequadas às suas necessidades. Isso também pode ajudar na redução de custos operacionais e, por consequência, na competitividade dessas empresas.

Em resumo, a expansão da geração de energia limpa no Nordeste do Brasil representa uma oportunidade para o desenvolvimento econômico, a criação de empregos e a redução das emissões de carbono. No entanto, os benefícios diretos para o consumidor final podem demorar a serem percebidos devido a vários fatores envolvidos na matriz energética e na regulação do setor elétrico.

Outro ponto que requer uma reflexão é a ausência de investimentos de parques eólicos e usinas fotovoltaicas em Estados da região Norte do País. Estados com Roraima, por exemplo, ainda sofre até os dias atuais com problemas no abastecimento de energia.

No início de setembro, o governo federal anunciou um decreto para realizar contratos com vistas a trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri. Esta usina deverá garantir energia barata e sustentável para Roraima e para o Brasil. O que se questiona é: por que o Brasil que já detém a teconologia na produção de energia limpa e renovável não fomenta a geração dentro do Brasil?