O desafio de atrair e reter talentos tornou-se uma prioridade estratégica para empresas de diversos setores. Especialmente quando se trata de profissionais altamente qualificados, que estão cada vez mais disputados pelo mercado de trabalho.
Devido a essa alta demanda, a contratação e a retenção desse tipo de colaborador foram os principais obstáculos mencionados pelos recrutadores entrevistados na pesquisa “Guia Salarial 2023”. A pesquisa é conduzida anualmente pela consultoria Robert Half em São Paulo, que aborda remuneração e tendências de recrutamento.
Para superar esses desafios, muitas empresas estão adotando uma abordagem inovadora, estabelecendo parcerias com universidades para identificar e recrutar talentos promissores ainda em fase de formação. Um exemplo é a GDM, uma das maiores multinacionais de melhoramento genético de plantas e líder em melhoramento genético de soja no Brasil.
“Atrair o conhecimento desses profissionais para dentro da organização é parte do processo de evolução da GDM. A empresa busca atrair talentos e desenvolver novas competências, equilibrando habilidades técnicas com uma visão estratégica e de negócios”, afirma Cristiane Oliveira, diretora global de Recursos Humanos.
Como recrutar talentos ainda na Universidade?
Dentro desse contexto e como parte das comemorações de seus 40 anos, a empresa lançou no ano passado o “Desafio GDM Universidades” em colaboração com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Cerca de 100 estudantes participaram do programa, desenvolvendo projetos de pesquisa sobre “Uso e Potencialidades da Implementação da Seleção Genômica em Programas de Melhoramento de Soja e Milho”.
Os três primeiros colocados de cada universidade foram premiados em dinheiro, além de terem a oportunidade de aplicar seus conhecimentos de maneira prática e de entrar em contato com uma empresa de referência em sua futura área de atuação.
“Esse desafio foi muito importante, pois nos forçou a pensar em nossa pesquisa científica sob uma perspectiva empresarial e proporcionou uma rede de contatos com uma empresa da magnitude da GDM. Acredito que participar de um prêmio como esse seja um diferencial em um processo seletivo da empresa”, diz Matheus Suela, doutorando em genética e melhoramento pela UFV e um dos finalistas.
Na verdade, a inclusão desses futuros profissionais na empresa está nos planos da companhia, de acordo com Nizio Giasson, gerente de Pesquisa de Soja da GDM Brasil. “A qualidade dos artigos que recebemos foi muito boa. Queremos estreitar ainda mais nossos laços com as universidades e oferecer oportunidades para que os estudantes possam se tornar nossos trainees ou colaboradores”, afirma.
Tecnologia e Sustentabilidade Enquanto essa iniciativa é vantajosa para empresas e estudantes, ajudando recrutadores a encontrar novos talentos e profissionais a obterem oportunidades no mercado, também beneficia as universidades, ao complementar a formação de seus alunos com atividades que não estão inclusas na grade curricular. Isso é destacado por José Baldin Pinheiro, chefe do Departamento de Genética e coordenador da parceria entre Esalq/USP e GDM.
“Nossos alunos têm uma sólida base teórica, e desafios como esse proporcionam a eles a chance de entrar em contato direto com a realidade do agricultor”, afirma.
Contribuir para o desenvolvimento de tecnologias que aumentem a eficiência e reduzam o uso de recursos financeiros e ambientais também faz parte dos objetivos do Desafio GDM, conforme enfatiza Cristian Rafael Brzezinski, gerente de Cria da GDM. Ele destaca as vantagens do tema proposto: “Ao implementar uma plataforma de predição genômica em um programa de melhoramento genético, reduzimos a área de plantio e, automaticamente, o uso de defensivos agrícolas. Isso traz uma série de benefícios para a sociedade, agricultores e meio ambiente. Iniciativas como o Desafio GDM Universidades podem oferecer soluções diversas para as demandas corporativas”, afirma o executivo.
“Discutir temas e ideias com profissionais da área foi extremamente valioso, tornando essa experiência enriquecedora para mim e para outros estudantes”, destaca Leonardo Costa, estudante de doutorado em genética e melhoramento de plantas na Universidade Federal de Lavras, participante da primeira edição do Desafio.
Os resultados desse projeto foram tão positivos que a empresa já planeja realizar a segunda edição do Desafio GDM Universidades em 2024, conforme afirma Cristiane.
“Essa parceria é um sucesso. Acreditamos nela pelo compartilhamento, pelo desenvolvimento dos profissionais e pelo apoio à sociedade”, conclui.
Redação Move Notícias com notícias da Exame