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Publicado em: 15 março 2024 às 15:31 | Atualizado em: 15 março 2024 às 15:53

Embraer decola com mega upgrade: Reconhecimento do Morgan Stanley impulsiona ações

Por Douglas Ferreira

Para Morgan Stanley a Embraer “está fadada ao sucesso” – Foto: Reprodução

Sem dúvida, este é o momento decisivo da Embraer S.A., um conglomerado transnacional brasileiro que fabrica uma variedade de aeronaves, incluindo aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares, além de peças aeroespaciais, serviços e suporte na área. A empresa está decolando com um grande upgrade do Morgan Stanley.

O banco americano reconhece o novo momento da empresa brasileira em meio à crise enfrentada pelas concorrentes. O Morgan Stanley demonstra uma confiança notável no potencial da Embraer e profetiza: “destinada ao sucesso”.

Após anos sendo vista pelos investidores como uma empresa regional e de nicho na aviação, a hora da Embraer parece finalmente ter chegado. Um relatório recente divulgado pelo Morgan Stanley solidifica essa mudança de percepção do mercado, impulsionando as ações da empresa em quase 10%, atingindo o maior patamar em oito anos. O banco dobrou o preço-alvo das ações e destacou a Embraer como a favorita no setor aeroespacial global.

“Vemos a Embraer como o terceiro jogador no mercado de aeronaves comerciais, ganhando espaço e desafiando o duopólio de Boeing e Airbus”, escreveu a equipe liderada por Kristine Liwag.

Em um relatório detalhado, os especialistas apresentam uma extensa análise para demonstrar que a empresa brasileira está bem posicionada para prosperar em um mercado global com demanda superior à oferta de aeronaves e problemas enfrentados por suas maiores concorrentes.

Enquanto a Boeing enfrenta uma crise, com atrasos nas entregas e problemas em sua principal linha de produção, o modelo 737, e a Airbus já tem sua capacidade de produção preenchida até o final da década, a Embraer se destaca.

É importante lembrar que a Embraer quase fundiu sua divisão de aviação comercial com a Boeing em 2018, em uma transação que foi cancelada em 2020, em um dos maiores casos de “livramento” na história das fusões e aquisições.

“Depois de vários ciclos de investimento para expandir e aprofundar seu portfólio, a Embraer está destinada ao sucesso neste ciclo”, afirmam os analistas.

O portfólio da empresa de São José dos Campos inclui diversos novos produtos, como as novas gerações de E190 e E195 na aviação comercial, o Phenom 100/300 e o Praetor 500/600 na aviação executiva, e o KC-390 Millenium na área de defesa. Além disso, a Embraer expandiu sua capacidade em manutenção e serviços, segundo o Morgan Stanley.

O banco revisou todas as projeções para cima. A estimativa de receita para o ciclo de 2023 a 2028 passou de US$ 680 milhões para US$ 3,9 bilhões, e a geração de caixa aumentou de US$ 262 milhões para US$ 433 milhões.

Isso se refletiu no preço-alvo das ADRs, que subiu de US$ 19 para US$ 40. A Embraer apresentará os resultados do quarto trimestre na segunda-feira, 18 de março.

As ADRs negociam hoje em alta de 8%, a US$ 23,24, e as ações negociadas na B3 dispararam 8,8%, para R$ 28,99.

Além de uma melhoria nos fundamentos, a Embraer conta com outros catalisadores que podem impulsionar seu desempenho no futuro, segundo os analistas.

O primeiro é a resolução de uma arbitragem entre Boeing e Embraer relacionada à tentativa mal-sucedida de aquisição pela Boeing da divisão de aviação comercial da Embraer, com a possibilidade de uma liquidação em dinheiro.

O segundo é a expectativa de que a Embraer volte a pagar dividendos em 2025. E o terceiro envolve um aumento nos pedidos para aviação comercial e defesa.

Para os analistas, o mercado ainda não está dando a devida atenção à mudança estratégica na Embraer, que está passando de um período de investimento para um período de colheita desses investimentos.

“Desde o desenvolvimento do primeiro turboélice civil/militar em 1969 com o governo brasileiro, o Bandeirante, a Embraer fez o que muitas empresas (muitas vezes com o respectivo patrocínio do Estado-nação) falharam em fazer: projetar, certificar e construir aeronaves comerciais competitivas com Boeing e Airbus”, afirmam os analistas.