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Publicado em: 28 outubro 2023 às 12:36 | Atualizado em: 28 outubro 2023 às 13:01

Em plena estiagem, prefeito de Tabatinga no Amazonas paga mais de R$ 500 mil em show

Por Douglas Ferreira com informações do AM1

O prefeito Saul Nunes Bemerguy entre os contrados Zé Vaqueiro e Márcia Fellipe – Foto: Reprodução

A atitude do prefeito do município amazonense de Tabatinga de gastar meio milhão de reais dos cofres públicos com a contratação de dois cantores para o IX Festisol tem provocado indignação na oposição e revolta entre os cidadãos. A contratação dos cantores Zé Vaqueiro e Márcia Fellipe para o festival é questionada, principalmente porque a cidade e o Estado do Amazonas enfrentam uma grave situação de seca.

Tabatinga, que sofre com a falta de segurança pública e com problemas nas áreas de saúde e educação, se encontra em alerta devido à situação do Rio Solimões. A gestão do prefeito Saul Nunes Bemerguy contratou os cantores com base no Artigo 25 da Lei Federal nº 8666/93, que não requer um processo licitatório quando se trata da contratação de profissionais do setor artístico consagrados pela crítica especializada ou pela opinião pública.

Essa decisão tem gerado críticas, e especialistas destacam a necessidade de uma análise rigorosa por parte do Ministério Público – MP, e do Tribunal de Contas – TCE, para avaliar se a contratação dos artistas é a melhor forma de investimento de recursos públicos, especialmente em um momento de dificuldades para os municípios do Amazonas.

O prefeito Saul Bemerguy tem um histórico de multas e irregularidades em contratações anteriores, o que levanta preocupações sobre a gestão dos recursos públicos. A prefeitura defende o festival como uma manifestação cultural que atrai turistas e gera renda para a comunidade local, argumentando que o evento não prejudicará atividades essenciais do município.

No entanto, a contratação de cantores em meio a uma crise de seca e problemas socioeconômicos em Tabatinga levanta questões sobre a priorização de gastos e a responsabilidade da gestão pública em atender às necessidades imediatas da população em situações de crise. Essa contratação pode até encontrar amparo legal, mas pergunta que fica é: ela é moral e eticamente aceita?