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Publicado em: 16 janeiro 2024 às 15:34

Em 22 anos, Brasil contabiliza quase mil pedidos de patentes para inoculantes; entenda

Por Wagner Albuquerque

O Radar Tecnológico, resultado da colaboração entre a Divisão de Estudos e Projetos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e a Embrapa, revelou que, de 2000 a 2022, foram registrados no Brasil 954 pedidos de patente relacionados a inoculantes biológicos, abrangendo 186 ‘famílias’ distintas. O levantamento, divulgado em 15 de janeiro, apontou a China como líder mundial, representando aproximadamente 80% dos mais de 44 mil pedidos registrados globalmente nesse período.

Na realidade brasileira, a maioria dos depósitos está vinculada a instituições governamentais, de pesquisa e a registros de empresas multinacionais com sede no país. Quando analisados os depositantes brasileiros, excluindo multinacionais, o número de pedidos cai para 174, indicando a forte presença de entidades locais nesse cenário.

Ao contrário de Brasil, Estados Unidos, Japão e Alemanha têm empresas como principais depositantes, com o intuito de resguardar suas inovações no setor biológico.

“Os países que mais produziram invenções relacionadas a inoculantes, além da China, são Coreia do Sul, Estados Unidos, Rússia, Japão, Índia, Alemanha, Indonésia, Brasil e Ucrânia. No Brasil, os pedidos de instituições residentes correspondem a 18% do total, e dentre elas, a Embrapa é a que mais depositou patentes de inoculantes neste período”, destaca Silvia Souza de Oliveira, pesquisadora da Divisão de Estudos e Projetos da Diretoria de Patentes do Inpi e coautora da pesquisa.

O objetivo do estudo é fornecer informações para o Programa Nacional de Bioinsumos (PNB) com o intuito de promover a adoção desses produtos no país. O Radar Tecnológico anterior, lançado em fevereiro de 2023, abordou fertilizantes, apoiando o Plano Nacional de Fertilizantes do governo federal.

O que são os inoculantes?
O inoculante é um produto que contém grande quantidade de bactérias que fazem muito bem às lavouras. Ele intensifica o processo natural da fixação biológica de nitrogênio (FBN), através do qual bactérias que vivem no solo se associam às plantas, captam o nitrogênio do ar e o transformam em alimento para a planta.