Por Douglas Ferreira, com informações Metrópoles
Neste domingo, eleitores venezuelanos, tanto dentro quanto fora do país, vão às urnas para uma eleição presidencial que promete ser a mais conturbada dos últimos 20 anos. Trata-se de uma eleição plebiscitária, onde decidirão o futuro do chavismo. De um lado, o ditador Nicolás Maduro, com discursos ameaçadores; do outro, uma Venezuela devastada pelo atraso, pela inflação e por um nível de corrupção que corroeu a economia, os valores e princípios de uma nação outrora próspera. A esperança do povo venezuelano reside na saída de Maduro e de tudo o que ele representa. Após ameaças de uma guerra civil e de um banho de sangue caso não seja reeleito, o resultado desta eleição é tanto esperançoso quanto incerto.
Entenda: Eleição na Venezuela pode tirar Maduro do poder após mais de 10 anos
Nicolás Maduro está atrás nas pesquisas de intenção de voto e pode não ser reeleito na eleição deste domingo na Venezuela. A população decide o futuro político do país, e o resultado pode significar uma derrota para o chavismo, retirando Maduro do poder após 11 anos.
O atual presidente está atrás do candidato da oposição, Edmundo González, nas pesquisas divulgadas por institutos independentes. Segundo os levantamentos dos institutos Datincorp, Delphos e Meganálisis, González tem ao menos 30% de vantagem sobre Maduro, com 60% das intenções de voto, contra 25% do líder chavista.
Os dois lados de Maduro
Nos últimos dias de campanha, Maduro recorreu a slogans clássicos do chavismo na tentativa de se manter no poder. Em discursos, ele se classificou como um “homem do povo” e pediu união de seus apoiadores contra o adversário, classificado como uma “marionete” da direita. Prometendo diálogo e garantindo paz, Maduro também insinuou que a oposição não reconheceria o resultado do pleito e prometeu “mão de ferro” contra qualquer contestação.
Preocupação e Legitimidade
Desde antes do início da campanha, a oposição acusou Maduro de desrespeitar o processo democrático, utilizando ferramentas do Estado. María Corina Machado e Corina Yoris, os dois primeiros candidatos da oposição, enfrentaram problemas judiciais e burocráticos, sendo impedidos de concorrer. Edmundo González, ex-diplomata, foi então escolhido como substituto.
A oposição denunciou abusos, como prisões arbitrárias e perseguição política, e montou uma força-tarefa para fiscalizar as urnas, convocando observadores internos e externos para acompanhar a votação. No entanto, suspeitas surgiram após uma delegação de ex-presidentes latino-americanos ser impedida de decolar do Panamá para a Venezuela, e deputados europeus convidados pela oposição serem deportados do país.