Move Notícias

Publicado em: 29 janeiro 2024 às 13:04 | Atualizado em: 29 janeiro 2024 às 13:24

Desvendando o herpes zoster: Mitos, verdades e cuidados

Por Douglas Ferreira

A maioria da população carrega no organismo o vírus do herpes, ele é a reativação do vírus varicela – Foto: Reportagem

Já experimentou o desconforto das bolhas na pele, até mesmo em áreas inconvenientes como a virilha e partes íntimas? Muitos associam imediatamente a ocorrência a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), o que é uma possibilidade, mas não a única.

A causa pode ser o herpes zoster (HZ), conhecido popularmente como cobreiro ou fogo selvagem, algo mais comum do que se imagina, especialmente no Piauí. O HZ é desencadeado pelo vírus varicela-zoster (VVZ), o mesmo responsável pela catapora, permanecendo latente no sistema nervoso após a infecção inicial durante toda a vida.

O problema se origina no sistema imunológico, que ataca moléculas de adesão celular na epiderme, resultando na formação de bolhas.

Contágio

O vírus é muito contagioso, em especial para crianças não imunizadas que podem ter a catapora (varicela). Ele pode ser transmitido através do contato direto com as bolhas de uma pessoa infectada. Em casos mais raros, a transmissão pode ocorrer por meio de secreções respiratórias.

O mais importante é procurar logo o médico, de preferência nos primeiros cinco dias, para não perder tempo. Só assim vai ser possível fazer diagnóstico e prescrever tratamento.

Sintomas

Os sintomas do herpes zoster podem variar, desde uma ardência inicial até dores intensas, sendo descritas como queimadura, dor latejante, formigamento, ardor e coceira. A erupção com pequenas bolhas agrupadas é comum, geralmente surgindo no tórax, barriga e face. Febre, dor de cabeça e mal-estar também podem acompanhar a condição.

Grupo de risco

O grupo de risco inclui pessoas acima de 50 anos e indivíduos mais jovens com imunidade comprometida. O envelhecimento natural e situações de estresse podem reativar o vírus.

Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é clínico, baseado nas características da erupção cutânea e nos sintomas, mas exames específicos podem ser realizados para confirmar.

Tratamento

O tratamento precoce, iniciado até 48 horas após o início dos sintomas, é crucial para o resultado terapêutico e para reduzir as chances de complicações, como a neuralgia pós-herpética.

Em caso de suspeita, é essencial procurar um profissional de saúde, procurar um médico, se possível um dermatologista, rapidamente para diagnóstico e tratamento adequados.

Nossa equipe conversou com a médica dermatologista Yascara Lages sobre o herpes Zoster. Ela destaca que, “a doença é causado pelo Varicella zoster vírus (VZV) ou herpesvírus humano tipo 3, o mesmo que causa a varicela. A varicela ocorre com maior frequência na infância e resulta da infecção primária. Já o herpes zoster é mais comum no idoso, e tem origem na reativação do vírus após a primeira ocorrência de varicela”.

Dra. Yascara lembra que, “várias condições estão associadas ao aparecimento do herpes zoster, como baixa imunidade, câncer, trauma local, cirurgias da coluna e sinusite frontal. Os idosos mostram uma diminuição da imunidade ao vírus, o que explica sua maior ocorrência após a quinta década”.

A dor no local afetado é o sintoma mais importante no herpes zoster. Ela costuma preceder o aparecimento das lesões e pode persistir por várias semanas ou meses após a resolução das lesões. A complicação é conhecida por neurite pós-herpética. A característica mais marcante da doença é a distribuição e localização da erupção, que costuma ocorrer do mesmo lado do corpo, não atravessando a linha média.

“As lesões consistem em vesículas dispostas em trajeto linear, acometendo frequentemente o tronco, a face ou os membros. O diagnóstico costuma ser clínico. No estágio pré-lesão pode ser confundido com outras causas de dor localizada, no entanto, quando a erupção aparece, o diagnostico é quase sempre óbvio”, enfatiza Yascara Lages.

Os principais objetivos do tratamento são limitar a extensão, duração e gravidade da doença na sua fase aguda e aliviar a neuralgia pós-herpética, com emprego de analgésicos e drogas antivirais, que devem ser iniciados precocemente. “No caso de surgimento de lesão de herpes zoster na região centro facial, acometendo nariz e olhos, deve-se procurar o médico imediatamente, pois pode ser necessária internação para medicação venosa, a fim de evitar complicações como cegueira ou meningite”, finaliza a médica dermatologista.

Prevenção
A vacina contra herpes zoster é indicada para pessoas com mais de 50 anos, reduzindo o risco de ocorrência.