Por Wagner Albuquerque
O cartão de crédito está cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros para pagar comida, chamar carros de aplicativo, fazer compras de mercado e outros serviços, perdendo apenas para o Pix como meio de pagamento preferido. Dados do Nubank mostram que, em abril, seus clientes usaram o cartão principalmente para supermercados (14,8%), serviços como streaming (13,9%), transporte (12,1%) e itens para a casa (11,2%).
O impacto econômico do cartão de crédito é significativo. Em 2023, o setor movimentou R$ 2,4 trilhões em 17,8 bilhões de transações, representando 22% do PIB e financiando 35% do consumo das famílias brasileiras. A penetração de cartões de crédito na população adulta brasileira atingiu 50% em 2022, um aumento substancial em relação aos 30% de 2017, embora ainda esteja abaixo dos níveis de países desenvolvidos.
Contrariando a ideia de que o cartão de crédito é a principal causa de endividamento, 75% das transações no Brasil são livres de juros, ao contrário de mercados como México e Estados Unidos, onde essa taxa é de 25% a 30%. Jeremy Selesner, líder da área de cartões do Nubank, afirma que, no Brasil, o cartão é mais um meio transacional do que um veículo de crédito, com modalidades de crédito representando apenas 3,6% do total utilizado por pessoas físicas.
Para conter o endividamento, desde janeiro, uma regra do Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu um teto para os juros cobrados no rotativo e parcelamento de faturas dos cartões de crédito, limitando-os a 100% do valor original da dívida. O Banco Central monitora a aplicação dessa regra, com dados mostrando que os juros acumulados de janeiro a abril ficaram abaixo de 13,98% para a maioria dos usuários.
Os altos juros anteriormente praticados, que podiam chegar a 400% ao ano, não são mais uma realidade. Selesner enfatiza que a renegociação é sempre a melhor solução para evitar juros excessivos, recomendando o uso emergencial do rotativo e do parcelamento.
Instituições como o Nubank oferecem condições e descontos de negociação para clientes em dificuldades, reforçando a importância de estratégias financeiras mais sustentáveis e acessíveis para os consumidores brasileiros.