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Publicado em: 7 janeiro 2024 às 11:05 | Atualizado em: 7 janeiro 2024 às 19:42

Desempenho excepcional: C&A e Tenda surpreendem com ganhos de mais de 200% e se destacam na B3 em 2023

Por Douglas Ferreira com informações Estadão

A C&A adotou medidas para acelerar a geração de caixa, otimizar a gestão de capital de giro e reduzir o ritmo de expansão – Foto: Reprodução

Em 2023, C&A e Tenda surpreenderam o mercado ao apresentarem valorizações expressivas fora do Ibovespa, alcançando ganhos de 241,92% e 251,42%, respectivamente. Essas empresas superaram até mesmo as expectativas mais otimistas, destacando-se como as maiores altas da B3 no ano. A retomada da C&A foi impulsionada por um planejamento estratégico, enquanto a Tenda passou por um processo de turnaround e se beneficiou da queda de juros.

A C&A adotou medidas para acelerar a geração de caixa, otimizar a gestão de capital de giro e reduzir o ritmo de expansão. Mesmo em um ambiente competitivo desafiador, a empresa conseguiu aumentar a receita e melhorar a lucratividade. Já a Tenda, além de se beneficiar da melhoria na taxa de juros, passou por um redirecionamento agressivo, reposicionando seu mix e gerando resultados operacionais positivos.

Esses resultados destacam-se em comparação com outras empresas do setor, como Grupo Soma e Renner no varejo de vestuário, e MRV e Cyrela na construção. As ações dessas empresas fora do Ibovespa chamaram a atenção não apenas pelos ganhos expressivos, mas também pelo preço das ações, com C&A quadruplicando seu valor de mercado e Tenda alcançando um market cap de R$ 1,8 bilhão.

Apesar dos significativos ganhos, há considerações sobre o risco de uma realização dos lucros em 2024. No entanto, alguns analistas acreditam na continuidade das altas, especialmente devido ao cenário de baixa dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. A C&A é vista como sobrecomprada, mas ainda pode testar o patamar de R$ 10, enquanto a Tenda apresenta consolidação forte nos últimos meses e pode ter potencial para novas altas.

No entanto, há cautela em relação ao posicionamento em empresas mais voláteis, como C&A e Tenda, com sugestões de busca por ações mais defensivas diante do cenário complexo à frente. A entrada dessas empresas na carteira teórica do Ibovespa em 2024 é considerada improvável no curto prazo, devido a critérios específicos, como volume de negociações e participação no total financeiro da bolsa.