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Publicado em: 7 janeiro 2024 às 13:39 | Atualizado em: 7 janeiro 2024 às 19:41

Descoberta arqueológica: 43 esqueletos e 100 mil artefatos revelam passado intrigante em São Luís/MA

Por Douglas Ferreira com informações G1

Terceiro esqueleto encontrado durante pesquisa arqueológica em área em que será construído um condomínio pela MRV, em São Luís – Foto: Reprodução de W Lage

Durante a construção de um condomínio em São Luís do Maranhão, uma descoberta surpreendente agitou a comunidade científica. Em meio às escavações urbanas, a Construtora MRV encontrou um vasto sítio arqueológico, contendo 43 esqueletos humanos e mais de 100 mil artefatos arqueológicos. Esta revelação ocorreu no bairro Vicente Fialho, onde a MRV desenvolve condomínios residenciais pelo programa federal Minha Casa Minha Vida.

Décimo quinto esqueleto. Trata-se de uma mulher de cerca de 1,46 metro de altura – Foto: Reprodução de Ana Luzia Freitas/W Lage

O trabalho de pesquisa, liderado pelo arqueólogo Wellington Lage, também revelou peças históricas, como cerâmicas, ferramentas de pedra, carvão e conchas decoradas. Estudos em andamento buscam determinar a antiguidade precisa desses achados, mas a quantidade de sepultamentos e artefatos sugere a importância desse sítio arqueológico para a compreensão da história brasileira.

Esqueleto milenar encontrado durante pesquisa arqueológica, determinada pelo Iphan, em área de construção de condomínio – Foto: Reprodução de W. Lage

Os esqueletos, descobertos embaixo de um sambaqui, indicam homens e mulheres de baixa estatura, aparentemente acostumados a esforço físico. Análises preliminares revelaram um vaso de cerâmica, possivelmente do tipo Mina, datando de 5 a 7 mil anos atrás. Este sítio arqueológico pode proporcionar panoramas inéditos para a arqueologia maranhense e brasileira.

Escavação do segundo sepultamento, ainda em 2020, na pesquisa arqueológica determinada pelo Iphan em local de obra da MRV, em São Luís – Foto: Reprodução de W. Lage

A MRV, comprometida com a preservação desses achados, está construindo um Centro de Curadoria e Guarda na Universidade Federal do Maranhão para abrigar os itens. A empresa destaca ter cumprido as exigências legais e investirá R$ 1 milhão na preservação, incluindo os custos da pesquisa arqueológica. E ainda aguarda análises mais aprofundadas para obter informações detalhadas sobre a cultura e práticas funerárias das populações antigas que habitaram São Luís.

Vaso cerâmico que compunha o pacote funerário do segundo esqueleto encontrado no Sítio Arqueológico Chácara Rosane, em São Luís – Foto: Reprodução de W. Lage

“A MRV buscou ainda, fornecer toda a estrutura necessária para preservar a integridade dos achados, isolando áreas, fornecendo salas climatizadas, produzindo caixotes sob medida para os achados mais sensíveis, dentre outras ações no trato diário das atividades”, diz a empresa.

Quinto indivíduo a análise preliminar não conseguiu identificar o sexo biológico, mas provavelmente se tratava de um adulto de 1,45 metro, enterrado em posição fetal e nela mantido por meio de algum tipo de amarra ou invólucro orgânico que se decompôs com o tempo – Foto: Reprodução de Claudia Cunha/W. Lage
Décimo nono esqueleto milenar encontrado durante escavações em área de condomínio, em São Luís. O esqueleto, bastante completo, provavelmente de um adulto de 1,47 metro de altura – Foto: Reprodução de Ana Luzia Freitas/W. Lage