Em um contexto tenso, o governo da Guiana enfrenta um dos seus maiores desafios diante da ameaça de invasão proveniente da Venezuela. Diante da limitação de forças militares para uma resposta robusta, o presidente Irfaan Ali busca uma solução pacífica para o iminente conflito, lançando mão da intervenção da ONU.
O presidente Ali expressou preocupação com o alerta máximo das forças de defesa guianenses, descrevendo a Venezuela como uma “nação fora da lei”. A decisão de acionar o Conselho de Segurança da ONU, anunciada nesta quarta-feira, surge após a Venezuela apresentar um novo mapa que incorpora o território disputado de Essequibo.
As ações de Nicolás Maduro foram classificadas pelo presidente guianense como um “desrespeito flagrante” à decisão da Corte Internacional de Justiça, que determinou que a Venezuela não poderia anexar Essequibo. Ali destacou o diálogo com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a possibilidade de acionar o Conselho de Segurança já havia sido considerada como uma medida preventiva diante do agravamento da situação.
O anúncio de Maduro, propondo a criação da província “Guiana Esequiba” e ordenando a exploração de petróleo e gás na região, adiciona uma camada significativa ao conflito. Com estimativas de 11 bilhões de barris de petróleo nas reservas guianenses, a Guiana emergiu como um dos países de maior crescimento na América do Sul. As preocupações com a segurança dos investimentos, especialmente no setor petrolífero, foram dissipadas pelo presidente Ali, assegurando que “os investimentos estão seguros” e contando com o apoio da comunidade internacional.
Nesse cenário complexo, a Guiana busca equilibrar a preservação de seus interesses territoriais, a segurança regional e o desenvolvimento econômico impulsionado pelas reservas de petróleo. O desfecho dessa disputa não apenas impactará as relações bilaterais entre Guiana e Venezuela, mas também reverberará nas dinâmicas geopolíticas da América Latina.