Por Douglas Ferreira
Muitos acreditavam que El Salvador estava além de qualquer recuperação. Um dos países mais violentos, senão o mais violento, das três Américas, passou por um processo de transformação controverso e polêmico, reduzindo rapidamente os índices de violência, especialmente os homicídios, para patamares aceitáveis. Esse feito exigiu uma determinação, austeridade e medidas radicais por parte do governo do presidente Nayib Bukele. Apesar de ser questionável por alguns países, o caso de El Salvador demonstrou ser eficaz e resolutivo.
A violência diminuiu, a criminalidade foi reduzida e os homicídios caíram. Isso foi alcançado através do cumprimento rigoroso da lei e do compromisso com a segurança do cidadão, tratando os criminosos como tal. Embora não tenha sido uma jornada fácil, foi uma necessidade imperativa.
Hoje pacificado, El Salvador recebe eventos internacionais antes nunca imaginável. Como o concurso Miss Universo e os astros de futebol da equipe do argentino Lionel Messi.
Para atingir esses resultados notáveis, o governo do presidente Bukele teve que romper com a política tradicional, impondo austeridade, seriedade, honestidade e uma administração severa. Ele jogou pesado contra o crime e construiu o maior presídio da América Latina e encarcerou mais de 60 mil criminosos e faccionados.
Essa abordagem não convencional provou-se necessária para alcançar resultados exemplares, dignos de elogios no cenário internacional democrático e civilizado. Como se vê, o governo de Nayib Bukele é um ponto fora da curva entre as ‘republiquetas’ das américas Central e do Sul, e até de nações como o Brasil.
Apesar das críticas ao método utilizado, os resultados falam por si mesmos. Aqueles que criticam muitas vezes não apresentam alternativas viáveis. Criticar essa abordagem pode, inadvertidamente, apoiar a destruição do mundo civilizado, aplaudir governos autoritários e ditatoriais, e defender o crime organizado, o narcotráfico e as facções criminosas com unhas e dentes.
O método controverso de Bukele, conhecido como “guerra às gangues”, levou El Salvador a atingir mínimos históricos de violência, conquistando enorme popularidade, mas ao custo da supressão de direitos da população e sendo alvo de críticas por organizações de defesa dos direitos humanos.
O país, que já foi considerado um dos mais perigosos do mundo, agora desfruta de um cenário mais seguro, atraindo eventos internacionais e testemunhando um aumento no turismo. No entanto, as políticas econômicas e os desafios futuros para El Salvador são questionáveis, com críticos destacando a necessidade de restabelecer os direitos humanos e as garantias constitucionais, enquanto Bukele insiste na continuidade de suas políticas de segurança.
E é nesse cenário que Nayib Bukele tentará a reeleição neste domingo, 4, apesar de acusações de que sua candidatura infringiria a Constituição salvadorenha. Os índices de popularidade de Bukele não têm precedentes no país. Ele lidera as últimas pesquisas com 70 a 80% das intenções de voto.
Com essa vantagem estratosférica sobre os demais candidatos, Bukele sequer apresenta um programa formal público de ideias e propostas de campanha. Está confiante nas conquistas do seu primeiro mandato. Acredita que elas respaldam e garantem o apoio da maioria do povo salvadorenho.
“Somos um novo El Salvador, com uma nova história que começamos a escrever em 2019 (o ano da sua eleição)”, destacou Bukele concluindo, “o país é totalmente reconhecido por pessoas de todas as nações, que confirmam o nosso potencial”.
Detalhe: Bukele se afastou para concocorrer à reeleição. Cerca de 5,4 milhões de eleitores de El Salvador vão escolher o novo presidente e mais 60 deputados da Assembleia. O futuro do país será decidido hoje. E o de Bukele também.