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Publicado em: 4 junho 2024 às 18:39 | Atualizado em: 4 junho 2024 às 18:41

Delegado que acusou três por injúria contra Alexandre de Moraes recebe cargo na Europa

Por Wagner Albuquerque

Delegado da Polícia Federal (PF), Thiago Severo de Rezende. (Foto: Reprodução/PF).

O delegado da Polícia Federal Thiago Severo de Rezende foi nomeado em 16 de maio para atuar como oficial de ligação junto à Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial) em Haia, na Holanda, por um período de dois anos.

Rezende foi responsável pelo indiciamento, em junho de 2024, de uma família acusada de hostilizar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma, em julho de 2023. As imagens do incidente permanecem sob sigilo e não foram divulgadas até hoje.

A nomeação de Rezende para o cargo na Europol ocorreu em 16 de maio de 2024, menos de um mês antes de ele indiciar o empresário Roberto Mantovani Filho, sua esposa Andreia Mantovani, e seu genro Alex Zanatta por calúnia. Os três são acusados de chamar o ministro Alexandre de Moraes de “bandido, comunista e comprado” enquanto aguardavam para embarcar em um voo da Itália para o Brasil.

A nova função de Rezende foi oficializada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e publicada no Diário Oficial da União. A designação inclui mudança de sede, transporte de mobília e bagagens, e o direito de ser acompanhado por seus dependentes.

O salário de Rezende na Europol não foi informado. O Poder360 entrou em contato com a agência, a Polícia Federal e o Ministério da Justiça para obter essa informação, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O salário atual do delegado também não está disponível no Portal da Transparência.

Entenda o Caso

Nesta segunda-feira (3 de junho), a Polícia Federal decidiu indiciar a família que ofendeu o ministro Alexandre de Moraes em julho de 2023. Thiago Rezende atribuiu aos três o crime de calúnia, com o agravante de ter sido cometido contra um funcionário público em razão de suas funções.

Em fevereiro, a Polícia Federal havia concluído as investigações sobre o caso, mas o delegado Hiroshi de Araújo Sakaki, que estava encarregado na época, não indiciou nenhum dos envolvidos.