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Publicado em: 3 junho 2024 às 06:55 | Atualizado em: 3 junho 2024 às 06:56

Decisão histórica: Tribunal de Justiça autoriza redução embrionária em gestação de quíntuplos para salvar vidas

Por Douglas Ferreira

A situação incomum surgiu quando os dois embriões transferidos para a paciente de 37 anos se dividiram – Foto: Reprodução

Uma decisão do TJ/SP autorizou uma mulher grávida de quíntuplos a realizar uma redução embrionária após fertilização in vitro, permitindo a remoção de três dos cinco fetos para preservar a vida da mãe e de dois futuros bebês.

O caso, considerado “absolutamente excepcional e complexo”, foi decidido pela 13ª Câmara de Direito Criminal do TJ/SP, na cidade de Olímpia (SP), após um processo de 31 dias. A paciente, atualmente com 14 semanas de gestação, enfrentou uma espera angustiante desde a realização da fertilização in vitro em março deste ano.

A situação incomum surgiu quando os dois embriões transferidos para a paciente de 37 anos se dividiram, resultando em dois sacos gestacionais: um com gêmeos e outro com trigêmeos. Preocupada com os riscos à sua vida e à saúde dos futuros filhos, a família decidiu recorrer à Justiça após a descoberta da gestação de quíntuplos.

A decisão do tribunal destacou os riscos associados à gestação múltipla, incluindo a alta probabilidade de parto prematuro e a baixa expectativa de vida dos embriões. Nesse contexto, a redução da gestação foi considerada a solução mais viável para evitar consequências catastróficas.

Embora o aborto total ou parcial não seja geralmente autorizado em casos de gravidez múltipla decorrente de técnicas de reprodução assistida, a decisão do tribunal foi fundamentada na proteção da vida da mãe e na defesa dos direitos das mulheres em decisões relacionadas à gravidez saudável e viável.

O processo, que ocorreu em segredo de justiça, enfrentou várias etapas de análise, incluindo recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entanto, a decisão final foi concedida pelo TJ/SP, permitindo que a paciente siga com o procedimento cirúrgico necessário.

Embora o caso tenha recebido ampla atenção, o advogado da família ressalta a importância de avaliar cuidadosamente os riscos em cada situação e enfatiza que essa decisão específica não necessariamente inaugura um novo capítulo no debate sobre aborto no país.